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UFBA | Cortes na UFBA são ampliados de 37 para 55 milhões de reais e terceirizados paralisam

Nesta quarta-feira, dia 8, os vigilantes terceirizados que atuam na UFBA realizaram uma paralisação reivindicando o pagamento de 16 milhões que a instituição deve a empresa contratante, que já os colocou em aviso-prévio, desde Agosto de 2018. O protesto vem logo em seguida ao anúncio de que o corte de verbas na universidade federal foi ampliado de 37 para 55 milhões de reais e de que os professores decidiram em assembleia aderir a greve nacional da educação no dia 15 de Maio.

quinta-feira 9 de maio de 2019 | Edição do dia

Três campi da universidade tiveram aulas canceladas: Salvador, Camaçari e Vitória da Conquista. Segundo comunicado da Universidade, o reitor João Carlos Salles está em Brasília buscando liberação da verba, e que quase 40 milhões do fundo bloqueado destinava-se ao custeio da universidade, como pagamento de água, luz, telefone, internet, limpeza e vigilância. De forma cínica, o MEC respondeu que a Universidade ainda não usou todo recurso disponível, e que ainda restam cerca de 600 mil reais para utilizar até Junho.

Esta situação é resultado do ataque do governo Bolsonaro a educação, capitaneado pelo Ministro [Abraham Wentraub, que cortou cerca de 30% do orçamento-http://www.esquerdadiario.com.br/Governo-Bolsonaro-anuncia-que-todas-universidades-sofrerao-corte-de-30-nas-verbas-em-2019] de todas as universidades e institutos federais, logo após ter declarado publicamente que “universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas. A lição de casa precisa estar feita: publicação científica, avaliações em dia, estar bem no ranking”. Afirmação completamente descabida mesmo na lógica reivindicada pelo ultraconservador ministro, uma vez que as universidades federais, além de serem largamente as maiores responsáveis pela produção científica do país, também estão entre as mais bem colocadas em todos os rankings de avaliação do próprio governo, e também de outras organizações internacionais. A própria UFBA, por exemplo, é considerada a 1ª do Nordeste, a 10ª brasileira e a 30ª da América Latina no ranking da revista inglesa TIMES.

É preciso denunciar que este corte é um ataque de cunho ideológico, principalmente contra o movimento estudantil mas também somando-se a outras iniciativas como o movimento escola sem partido e os diversos ataques aos professores em todos os níveis, além do anúncio de cortes nos cursos de filosofia e sociologia. Em resposta a esses ataques, estudantes já começam a se organizar pela base em atos por todo o país, como os atos do dia 6 de secundaristas de colégios e institutos federais em frente ao Colégio Militar do Rio de Janeiro onde Bolsonaro participava de uma cerimônia e os diversos atos ocorridos nas faculdades federais no dia 8.

Não por acaso é na educação que surgem os primeiros lampejos da luta de classes, pois é neste setor que os trabalhadores, em contato com a juventude da classe trabalhadora conseguem ter uma visão mais ampla de todos os ataques que estão em curso, e logos são os primeiros a se organizarem. Também é por isso que o governo elege essa área como alvo prioritário dos ataques. E na situação atual as professoras estão sendo um dos grupos mais atacados na reforma da previdência, pois enquanto hoje aposentam-se com 50 anos após 25 de contribuição, na atual proposta passarão a se aposentar com 60 anos após 30 anos de contribuição, recebendo apenas 80% do salário.

É preciso que as universidades e institutos federais parem no dia 15 somando forças com a greve nacional dos professores e a partir daí construir um movimento para exigir das centrais sindicais CUT e CTB a preparação da greve geral do dia 14/6 contra reforma da previdência, cujo objetivo é fazer com que os trabalhadores paguem pela crise, trabalhando até morrer.




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