Segundo o censo escolar mais recente, de 2018, não há banheiro em 4,9 das escolas da rede pública de Ensino Fundamental e em 3,6 % da rede pública de Ensino Médio.
terça-feira 17 de março de 2020 | Edição do dia
Nesta segunda-feira a UNICEF divulgou um guia sobre como proteger crianças e escolas contra a transmissão do coronavírus. O documento apresenta orientações sobre abordagem do tema com crianças, pais e professores para redução do contágio.
O documento produzido originalmente em Nova York foi adaptado para o Brasil, e abriu questionamentos com relação a estruturas precárias nas escolas, como a falta de banheiros.
Segundo o censo escolar mais recente, de 2018, não há banheiro em 4,9% das escolas da rede pública de Ensino Fundamental e em 3,6 % da rede pública de Ensino Médio. A organização abre preocupação com relação a perda de aulas e sugere que o conteúdo deva ser reposto posteriormente, e que atividades e exercícios de leitura em casa sejam feitos.
Mais recentemente o governador Dória tentou minimizar a situação nas escolas, afirmando que “neste momento, não há razão para pânico em São Paulo”, e que o Estado “está pronto para qualquer cenário”.É bastante revoltante e preocupante que o Governador trata com tamanha tranquilidade uma situação onde quase 5% das escolas sequer tenham banheiros instalados.
O vírus tem um índice de contágio bastante elevado, ainda sim, Dória insiste em fingir que não há problema algum nas estruturas das escolas, quando na verdade, a ausência de banheiros é o auge do descaso do Governo do Estado com relação a medidas preventivas básicas com relação ao vírus.
Esse cenário significa que todas as crianças, professoras, funcionárias da escola sequer terão onde lavar as mãos! Uma realidade que passa bastante longe de garantir as medidas de cuidado para diminuir os contágios do vírus. Outros problemas recentemente relatados das escolas apontam a falta de papéis higiênicos, sabonetes e um quadro reduzido de funcionários da limpeza que em sua maioria são terceirizados.
Ler mais em: Em coletiva, Dória minimiza situação enquanto escolas liberam crianças e saúde pública agoniza.
Para além disso, há um problema enorme com relação a naturalização do isolamento social por fora de pensar o problema de conjunto, ou seja, apenas isolar as pessoas em suas casas sem que elas tenham acesso ao atendimento médico mais qualificado possível, diagnóstico rápido, espaços de tratamento com alimentação digna, leitos para que crianças que forem infectadas, para não apenas diminuir o contágio mas tratar aqueles que estiveram passando por uma situação já tão sofrida.
Por isso hoje é fundamental defender que todas as pessoas tenham atendimento necessário, para isso é preciso estatizar todos os leitos e hospitais privados! Toda a verba que está cortada por conta da PEC que congela os gastos em saúde e educação devem ser imediatamente interrompida! É necessário que o Governo destine toda a verba possível, inclusive o dinheiro da dívida pública que é um assalto dos bancos a nós, para o atendimento de todos que forem infectados pelo coronavírus.
Não podemos aceitar que as crianças, que assim como os idosos são parte dos grupos de riscos tenham nada menos que um tratamento de qualidade nos hospitais! A vida das crianças valem mais do que todo o lucro dos banqueiros!
