O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo está atacando o direito à paralisação dos servidores da Companhia Carris que lutam pelo seu trabalho e um transporte público de qualidade.
segunda-feira 23 de agosto de 2021 | Edição do dia
Foto: Alina Souza
O corte de ponto coage a todos os servidores a não aderirem a paralisação, deixando o caminho livre para a privatização que o prefeito tanto defende. Além de usar desse meio para atacar os trabalhadores Melo utilizou de suas rede social Twitter para mentir e coagir os rodoviários.
A greve da Carris é inoportuna e acontece justamente no momento em que a cidade busca retomar a normalidade. Ainda há muita gente desempregada e aqueles que possuem salário em dia, às custas do erário público, cruzam os braços. Já foi orientado o corte do ponto e do salário.
— Sebastião Melo (@SebastiaoMelo) August 23, 2021
Um dos principais argumentos do prefeito é que a empresa da prejuízo, mas se isso é verdade como o prefeito explica que existam compradores?
O ataque à paralisação é uma medida alinhada ao governo Bolsonaro, que em maio deste ano criou um mecanismo de monitoramento de greves para que seja feito o corte de ponto automático, uma medida que garante a perseguição de trabalhadores que lutam por seu emprego e contra as reformas e privatizações. Além disso garante aos capitalistas o ataque ao direito a greve, com aval dos governos.
Nós do Esquerda Diário, Juventude Faísca e MRT somos contra o corte de ponto e estamos ao lado dos trabalhadores. É preciso que os sindicatos, movimentos sociais, organizações de esquerda e inclusive os parlamentares construam um fundo de greve para se opor à arbitrariedade de Melo e da direção da Carris. É necessário impulsionar a auto-organização dos trabalhadores na base e exigir que o sindicato convoque uma assembleia geral da categoria para unir os trabalhadores da Carris e das empresas privadas contra essa medida de privatização, a extinção dos cobradores e os demais ataques da prefeitura e dos patrões.