Com a desculpa da falta de chuvas nas regiões dos reservatórios das principais usinas hidrelétricas, a Aneel (Agencia Nacional de Energia Elétrica) anunciou o retorno da bandeira vermelha nas contas de luz dos consumidores do país todo
terça-feira 1º de dezembro de 2020 | Edição do dia
Em reunião ontem a noite os diretores da Aneel também decidiram acionar a bandeira vermelha no segundo patamar, a mais alta categoria desse sistema. A taxa extra será de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
A cobrança da taxa extra estava suspensa desde maio por conta da pandemia.
"-A diretoria da Aneel resolve reativar a sistemática do sistema de acionamento das bandeiras a partir de 1º de dezembro de 2020 e operará no país a bandeira vermelha patamar dois" — disse o diretor-geral André Pepitone.
A decisão ocorre porque segundo o governo, o nível dos reservatórias de algumas usinas hidrelétricas está baixo. Isso obriga o governo a acionar usinas térmicas, que têm custo de funcionamento mais alto. Assim, esse custo é repassado ao consumidor.
De acordo com o diretor da Aneel Efrain Cruz, além do baixo nível dos reservatórios, ele vê uma tendência de recuperação de carga da energia aos patamares pré-pandemia, o que demonstra a necessidade de reestabelecer as bandeiras tarifárias no curto prazo.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 pela Aneel como forma de recompor os gastos extras com a utilização de energia gerada por meio de usinas térmicas. A cor da bandeira é impressa na conta de luz (vermelha, amarela ou verde) e indica o custo da energia em função das condições de geração de eletricidade.
Quando chove menos os reservatórios das hidrelétricas ficam mais vazios e é preciso acionar mais térmicas para garantir o suprimento de energia no país. Nesse caso, a bandeira fica amarela ou vermelha, de acordo com o custo de operação das termelétricas acionadas.
Porém, como pudemos ver recentemente no estado do Amapá, sempre quem paga a conta pela má qualidade do serviço prestado são os consumidores e a população. 21 dias com o estado inteiro sob o escuro, mesmo com o governo e a concessionária responsável pelo fornecimento de energia sabendo do risco que corriam os moradores. (https://www.esquerdadiario.com.br/Orgaos-do-setor-de-energia-sabiam-ha-dois-anos-dos-riscos-de-apagao-no-Amapa).
É preciso colocar de pé uma luta contra a privatização que coloca os lucros dos empresários acima das vidas dos trabalhadores e pela estatização de todo sistema de energia sob controle dos trabalhadores.
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