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Ingerência imperialista | Conselheiro de segurança dos EUA se reúne com Braga Netto e Bolsonaro por veto a Huawei

O imperialismo norte-americano promete apoio a Bolsonaro e militares para que o Brasil se torne um subordinado sócio menor (“sócio global”) da OTAN. A condição seria o compromisso do governo Bolsonaro em vetar a participação da empresa chinesa Huawei no 5G brasileiro.

sexta-feira 6 de agosto de 2021 | Edição do dia

Foto: Divulgação/Embaixada dos Estados Unidos

É a segunda visita de um funcionário do alto escalão de Biden em menos de um mês para tratar sobre as posições geopolíticas do Brasil em relação à China e a aberta ingerência imperialista no Brasil, recebida calorosamente por Bolsonaro e militares. Em julho, o chefe da CIA, William Burns, fez uma maratona de reuniões com integrantes do governo, incluíndo Bolsonaro.

Análise | O que a reunião da CIA com Bolsonaro revela sobre a crise política?

Jake Sullivan, conselheiro de segurança dos EUA, reuniu-se com o ministro da Defesa, Braga Netto, que recentemente proferiu ameaças golpistas contra o processo eleitoral, e também com Bolsonaro, que possui o histórico de grande admirador a ponto de bater continência para a bandeira norte-americana.

Com a promessa de apoiar a entrada do Brasil como um pequeno sócio da OTAN, Biden busca impactar os militares, já que com a condição de subordinado, as Forças Armadas nacionais teriam descontos em armamentos e equipamentos produzidos pelas potências imperialistas que são membros da aliança militar. Além disso, os generais poderiam enviar soldados para o treinamento nas bases militares da organização ao redor do planeta.

O apoio prometido pelos EUA, caso se concretize e o Brasil torne-se um “sócio global”, daria aos militares maior força no regime político brasileiro. Por outro lado, o veto da Huawei vai contra interesses de uma parcela considerável da classe dominante brasileira, e também entre os próprios militares, como o reacionário Mourão. Os apoiadores de um compromisso em troca de uma promessa, segundo matéria da Folha, seriam os militares em torno do general Augusto Heleno.

Apesar da demagogia liberal que buscou conter a revolta social nos EUA expressa pelas gigantescas manifestações do Black Lives Matter ano passado, já era esperado que Biden continuaria a política internacional imperialista de investidas militares e ingerência em outras nações, incluindo manter a subordinação do Brasil aos interesses do imperialismo contra a expansão chinesa.

Análise |Para onde apontam as disputas entre EUA e China pelo 5G no Brasil?

Washington justifica o veto da Huawei no 5G brasileiro por se tratar de uma empresa não confiável, o que poderia impedir a concessão de uma posição de pequeno sócio do Brasil à invasora de nações, OTAN. A espionagem é um recurso constante dos EUA e suas empresas, como os escândalos de espionagem em massa como os revelados pelo Wikileaks, ou mais recentemente a violação da privacidade de usuários cometida pelo Facebook.

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