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DEBATE NACIONAL | Conjuntura nacional foi tema de debate no Primeiro Salão do Livro Político

Conjuntura nacional é tema de debate quente no Primeiro Salão do Livro Político

quinta-feira 1º de outubro de 2015 | 01:54

Entre os dias 24 e 26 de Setembro foi realizado o Primeiro Salão do Livro Político, um evento impulsionado por várias editoras de esquerda, entre as quais a Boitempo, Iskra, Sundermann, Caros Amigos, Anita Garibaldi, Filoczar, entre outras. O intuito era construir uma tradição de debates entre as editoras que promovem o debate político da esquerda brasileira, relacionando as contribuições teóricas com os temas políticos da realidade nacional.

Após a abertura do evento, foi realizada uma primeira mesa de debate da conjuntura nacional com o tema Leituras do Brasil. Estiveram presentes no debate Iuri Tonelo (editor do Esquerda Diário, do MRT e doutorando em sociologia na Unicamp), José Arbex Junior (jornalista e escritor, editor da Revista Caros Amigos), Valério Arcary (Professor do IFSP e militante do PSTU) e Nivaldo Santana (Vice-presidente da CTB).

O debate proporcionado foi interessante para a avaliação da conjuntura atual no Brasil, mas também permitiu uma reflexão sobre os rumos, os desafios e as tarefas colocadas para a esquerda brasileira.

Nesse sentido, os debatedores analisaram a conjuntura e o governo atual, na qual apenas Nivaldo Santana, do PCdoB, defendeu o governo federal; todos os demais debatedores expuseram os limites do PT e do governo e argumentaram sobre os impactos dos ajustes na consciência dos trabalhadores.

Outro debate interessante se deu em torno da resposta que a esquerda poderia dar em torno dessa crise. Iuri Tonelo reivindicou o exemplo da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores da Argentina, em particular a inserção que o Partidos dos Trabalhadores Socialistas vem tendo nas fábricas, nos processos de ocupação e controle operário e nas lutas como parte de conseguir emergir uma resposta de independência política através da FIT (sigla da frente), particularmente com a figura de Nicolas Del Caño, uma grande novidade na esquerda revolucionária que será candidato a presidente nas próximas eleições de Outubro.

Argumentou ainda que pensar uma iniciativa assim é uma parte fundamental de uma resposta ativa contra os ajustes, que possa partir do movimento operário e suas lutas e ligar com uma resposta política nacional.

O debate então se deu em torno das possibilidades de se construir uma alternativa desse tipo no Brasil, em que alguns viram alguns limites. José Arbex argumentou sobre as distintas mazelas que o sistema capitalista coloca hoje no mundo e como isso se traduz na realidade nacional brasileira, mas apontou também os limites das respostas eleitorais na esquerda (particularmente tendo em vista as experiências como a do Brasil).

Valério Arcary, após debater com as posições de Nivaldo Santana e do PCdoB defesa do PCdoB do governo Dilma como progressista, também ressaltou as diferenças entre Brasil e Argentina como um limite para se apoiar na experiência da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores, no entanto com algumas dificuldades de refletir uma resposta política para a realidade nacional. Essa questão foi retomada também nas perguntas do público, já que a crise no regime político brasileiro tem sido tema recorrente e exigem uma resposta concreta da esquerda.

Por fim, os que acompanhavam o debate colocaram a importância de uma resposta política, debateram o tema do imperialismo e a competição entre potencias, refletiram o papel da China no Brasil, questionaram sobre a crise do PT e para onde iria esse partido, distintos temas que motorizaram a rodada final de debates.

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Após o debate, entrevistamos brevemente Iuri Tonelo, que comentou sobre a mesa de conjuntura nacional do Salão do Livro Político que: “Foi uma excelente oportunidade de debate entre forças e organizações da esquerda, com um representante do governo, para aprofundar o significado da crise do governo e do PT em particular e também para se debater as perspectivas para construir uma nova alternativa política dos trabalhadores”.

Além disso, assinalou sobre o tema das respostas políticas que podem ser dadas que:

“Também ficou evidente a debilidade que alguns setores da esquerda ainda tem de dar uma resposta política e concreta para o ajuste do PT. Para emergir uma saída dos trabalhadores no país é fundamental que consigamos dar exemplos nas categorias enfrentando o ajuste de Dilma, para que a crise não seja paga pelos trabalhadores, e a partir daí pensar uma alternativa política que possa responder as necessidades que se colocam frente à enorme crise do PT”.

Veja vídeo de parte fundamental do debate


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