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MILITARES | Comandante do Exército defendeu o golpe militar no Twitter: mídia e Temer estão calados

Villas Boas usou o Twitter para defender que está acima da lei e que poderia usar a violência supostamente em prol da sociedade.

Diana AssunçãoSão Paulo | @dianaassuncaoED

sábado 2 de dezembro de 2017 | Edição do dia

O General Villas Boas, comandante das Forças Armadas brasileiras usou seu twitter para fazer mais uma escandalosa apologia do golpe militar e como os militares se julgam acima da lei. Ele faz uma declaração escandalosa não porque arma um golpe para amanhã, mas para seguir colocando o comando militar como um “ator político” para chantagear vantagens e impor suas pautas, que vão do Escola Sem Partido, a repressão de manifestações e uma crescente subserviência aos EUA, inclusive permitindo o que nunca foi permitido, como a presença de tropas ianques na Amazônia para supostos “exercícios”.

Nem Temer nem a mídia falaram nada sobre essa escandalosa declaração.

Villas Boas fez mais esse movimento de defender a violência da farda para colocar mais e mais em suas mãos. Se ele pode desrespeitar a Constituição dia a dia em suas declarações mais e mais ele terá que ser levado em conta nos projetos de lei e cada decisão política no país. Movimento parecido ao que sempre fez o STF e Gilmar Mendes, rasgar a Constituição, ameaçar para virar um grande árbitro.

O comandante fez essa nova apologia do golpe, desta vez no twitter. Fez isso citando uma importante figura americana que apoiou os golpes militares na América do Sul, Samuel Huntington que ainda hoje é usado nos EUA para atacar outros países, seja para organizar "transições democráticas" que favoreçam os EUA ou como um dos mentores intelectuais de Bush, criador da ideia de "choque de civilizações" para promover perseguição aos países islâmicos.

Algumas semanas atrás o general Villas Boas tinha se envolvido em polêmica em uma entrevista na Globo onde defendeu o general Mourão, um aberto e abjeto defensor do golpe. Escondido detrás de uma reflexão filosófica, falou que o Exército é quem sabe o que povo quer (sem sequer passar pelo “estorvo” das eleições) e que ele deve satisfação ao povo (segundo sua esdruxula e repressora interpretação de quais seriam as vontades e direitos da “sociedade”) e não às leis. O comandante escreveu isso e não foi imediatamente demitido, preso, nem sequer a mídia o denunciou. Todos os golpistas e toda classe dominante já aceitaram os assassinos de farda como mais um ator político.

Veja abaixo o Tweet do general:

Sua “reflexão” de usar a “violência em nome da sociedade” é uma afronta que precisa ser denunciada e combatida. A violência dos militares é a tortura dos negros e pobres nas favelas do Rio, é prisão e assassinato de quem discordar deles, é a supressão de sindicatos e de organizações dos trabalhadores. Uma declaração como essa não pode ficar impune. Essa denúncia precisa ecoar em todo país e com a força da luta contra os ataques de Temer avançarmos a questionar todos reacionários na política nacional.

Estávamos à véspera de uma greve nacional que foi desconvocada pela CUT, Força Sindical, UGT e outras centrais. A hesitação de Temer em votar a Reforma da Previdência deveria ser usada para arquivar completamente esse ataque e com essa força avançar para a luta pela anulação da reforma trabalhista e para questionar aqueles que como Bolsonaro ou Villas Boas tentam se mostrar por fora da “política tradicional” para defender a violência contra os trabalhadores.

É preciso tomar a luta em nossas mãos, os sindicatos orientados pelo PT abandonaram a luta e deixam nossos inimigos se organizarem: não só para aprovar as reformas mas para defender o assassinato impunemente, como faz Villas Boas. Exijamos assembleias e um plano de luta das centrais para derrotar as reformas e como parte de construir a força para nos defender da violência que já praticam e anunciam contra nós. Precisamos construir um partido revolucionário dos trabalhadores para nos defender de nossos inimigos.




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