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CORTES NA EDUCAÇÃO | Com os cortes nas universidades, perdem os estudantes e ganham os tubarões de ensino

Nos últimos 5 dias as ações de monopólios educacionais vêm crescendo, fruto dos anúncios de ataques de Bolsonaro às universidades públicas. BGT Pactual e Kroton-Anhanguera, as duas principais, operaram em fortes altas - com valorização de 4,01% e 5,10%, respectivamente. Outros dois grupos, o Ser Educacional, e também a Estácio Participações, tiveram altas de 5,09% e 2,11% cada.

segunda-feira 13 de maio de 2019 | Edição do dia

As movimentações do mercado nos monopólios educacionais acontecendo em meio aos cortes de Bolsonaro e Weitraub à educação pública não são coincidência alguma, mas mostram muito bem aos interesses de quem Bolsonaro, seus ministros e sua política atendem. Com um projeto nacional de sucateamento e desmonte das universidades públicas, quem sai favorecido e fortalecido são exatamente os grandes monopólios educacionais como a Kroton-Anhaguera, dona de diversas universidades privadas.

Se já antes dos cortes, as universidades públicas vivem situações desastrosas, com salas superlotadas, falta de professores, cortes de bolsas, demissões e muito mais, com o ataque de Bolsonaro, sua intenção é destruir ainda mais essas universidades, abrindo espaço para a entrada e o investimento de empresas como a Kroton e BGT Pactual na educação, com claras intenções privatizantes. Uma política que se soma também a ofensiva ideológica de Bolsonaro contra a autonomia universitária, que tem como exemplo a CPI aberta por João Dória em São Paulo para investigar as estaduais paulistas, e que visa facilitar o caminho para o investimento e para o interesse de empresas como estas em nossa educação, subordinando as estruturas universitárias e nossa pesquisa aos interesses dos capitalistas.

A Kroton-Anhaguera é conhecida por ter crescido exponencialmente durante os governos do PT, como parte da política dos governos Lula e Dilma de incentivo ao ensino superior privado. Cresceram baseados no endividamento brutal e para a vida da juventude negra e trabalhadora que ingressou na universidade com programas como FIESP e PROUNI, e que hoje tem em suas mesas valores estratosféricos para serem pagos. Um acesso à universidade concedido de forma ultra precária, sem direitos reais aos estudantes, que resultou em dívidas imensas para os estudantes por um lado, e por outro, em lucros exorbitantes aos capitalistas da educação.

Vale lembrar, que enquanto Bolsonaro chantageia a juventude e os trabalhadores com os cortes e a reforma da previdência, pedindo que esperemos “até setembro” para receber de volta o dinheiro da educação, sua intenção é a aprovar essa nefasta reforma que vai nos fazer trabalhar até morrer para seguir pagando cada vez mais recursos para a Dívida Pública, da qual o BGT Pactual hoje é credor, e uma das 12 instituições financeiras que tem o privilégio de negociar títulos da Dívida brasileira, um negócio extremamente lucrativo, feito com o dinheiro do suor de milhões de trabalhadoras e trabalhadores.

Com a entrada em cena do movimento estudantil das universidades públicas, especialmente das federais e seus institutos, é possível e necessário que esta efervescência na juventude contra os cortes, que implicam em diversas universidades o encerramento de suas atividades devido ao corte de verba, seja inseparável da luta contra a reforma da previdência para impedir com que os capitalistas descontem sua crise econômica em nossas costas. Porém, para que a juventude que hoje se levanta em suas universidades possam unir estas duas bandeiras e apresentar um programa que ganhe apoio da maioria dos jovens que estão fora da universidade, ou estão completamente endividados, é preciso em primeiro lugar batalhar dentro das assembleias, reuniões de curso e atos de rua pelo não pagamento da dívida pública, atacando o principal meio de espoliação imperialista estruturado pelo Estado brasileiro. Combinado a defesa do Fim do vestibular e a estatização, sem indenização, de todo o sistema privado de educação, para que todo filho de trabalhador tenha assegurado seu direito a uma vaga na universidade pública.

Como os próprios dados demonstram, nos marcos da enorme crise econômica mundial, ou são eles (os monopólios de ensino) ou somos nós (jovens trabalhadores e estudantes que queremos o direito a uma universidade). Mas não queremos qualquer universidade, nem nos parece bastar que seja pública, gratuita e de qualidade, pois é preciso questionar o conhecimento ali produzido - a que classe serve - e seu acesso.

Participe dos blocos em todo país organizado pela Juventude Faísca - Anticapitalista e Revolucionária e o grupo de mulheres Pão e Rosas para fortalecer a ideia de que os capitalistas devem pagar pela crise, e na defesa de um programa anti-burocrático baseado na independência de classe, que permita também exigir da UNE, UBES, APNG e outras entidades de estudantes que organizem seriamente um plano de luta e um comando nacional de delegados eleitos na base que coordene os esforços de todas as universidades mobilizadas, junto aos demais setores em luta. As ações propostas não podem ser contrapostas a organismos de auto-organização pelas bases, para que os estudantes decidam tudo democraticamente!




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