segunda-feira 26 de agosto de 2019 | Edição do dia
Enquanto ainda ocorria o G7, no dia de ontem, um vídeo gravado sem que os chefes de estado soubessem circulou amplamente por toda a imprensa do mundo, mostrando um pouco da verdadeira relação entre as potências imperialistas da Alemanha e da França.
No vídeo, a chanceler alemã Angela Merkel dirigia-se ao presidente francês Emmanuel Macron, dizendo que este deveria ligar para Bolsonaro e conversar com ele, para que o presidente brasileiro não ficasse com a impressão de que os países da União Europeia estariam contra ele. O vídeo captou a reação do presidente francês contrariado: "Eu vou ligar", em tom de questionamento. Dedo em riste, Mekel aponta para o presidente sinalizando afirmativamente, e logo o vídeo é cortado. Veja abaixo:
🎥 Câmera flagra chanceler alemã, Angela Merkel, dizendo a Macron, presidente da França, o que fazer sobre Bolsonaro pic.twitter.com/A6I9j8CduN
— UOL Notícias (@UOLNoticias) August 25, 2019
Merkel preocupa-se com o avanço das negociações para colocar de pé o acordo UE-Mercosul, pois este acordo estabelece ótimas condições para as montadoras alemãs - enquanto, por sua vez, tem sido visto pelos agricultores franceses como uma ameaça, já que prevê a redução de taxas que favoreciam a competição de seu produto contra o produto do agronegócio brasileiro.
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Ao lado dos dois, assiste Boris Johnson, Primeiro Ministro Britânico recém empossado. É visível o desconcertamento de Macron, após este ter defendido abertamente o fim do acordo UE-Mercosul e trocado acusações com Bolsonaro, com ambos chefes de estado chamando um ao outro de mentiroso.
No fim das contas, todos são mentirosos. Merkel pouco se preocupa de fato com a Amazônia, pois aliás, o tal fundo Amazônia patrocinado pela Alemanha e Noruega existia até poucos meses atrás e de maneira nenhuma não foi o suficiente para impedir o aumento das queimadas. Macron, por sua vez, faz do ambientalismo mera verborragia, pois a verdade é que sua administração já perdeu dois Ministros da Ecologia devido a recuos no plano de desnuclearização da energia elétrica da França, jogando para um futuro distante a meta de que somente 50% de toda energia elétrica consumida pelo país seja dependente de usinas nucleares.
Bolsonaro, por sua vez, é a própria cara do latifúndio, responsável por desmatar e tacar fogo na Amazônia, e toda a negação dele sobre os estragos das queimadas serve unicamente para encobrir a ação criminosa destes latifundiários.