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DESMATAMENTO | Com apoio de Bolsonaro, agronegócio segue com o desmatamento e queimadas no Mato Grosso

Ambientalistas do Greenpeace denunciaram incêndios criminosos que foram feitos no norte do Estado do Mato Grosso. O fogo segue se alastrando pela floresta abrindo grandes clarões e destruindo boa parte do território.

sábado 25 de julho de 2020 | Edição do dia

Imagens Greenpeace

No chão é possível ver grandes extensões já desmatadas e prontas para o plantio e pastagem. Mais à frente, a fumaça mais forte e uma imagem chocante: um área de proporções gigantescas queimando. Os tratores vão juntando milhares de árvores derrubadas, misturadas às cinzas. Em outro trecho, as madeiras cortadas e empilhadas mostram a ação de madeireiros na região.

"Vimos desmatamentos de tamanho muito grande: 1 mil,1.400 mil, 3 mil hectares desmatados e a gente viu também muito fogo - tanto fogo na floresta sendo usado para desmatar essa floresta, como o uso do fogo para preparar o solo. Então, foi derrubada a floresta, foi deixada para secar no sol e depois eles fizeram com o que a gente chama de ’leiras’, que são amontoados de árvores mortas, secas e foi tocado o fogo", relatou Rômulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil.

O Greenpeace sobrevoou uma região considerada crítica por causa do grande número de focos de calor. A medição é feita pelos sistemas Deter e Prodes, usados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para fiscalização e controle do desmatamento no país. Das dez cidades que mais queimam hoje no Brasil, seis estão em Mato Grosso. O número de queimadas no estado é o maior em 13 anos.

Alguns dias atrás, o presidente Bolsonaro fez uma live, onde afirmou que a “Amazônia não pega fogo porque é úmida”. Não é o que mostram os satélites a serviço do Inpe, nem o que aparece nas imagens do sobrevoo do Greenpeace. Bolsonaro também dirigiu críticas ao decreto que proíbe incêndios na Amazônia durante 120 dias que começou a valer no início de julho. E na maior cara de pau mostrando todo o seu racismo culpou indígenas por parte das queimadas.

Com Bolsonaro na presidência e Mourão à frente do Conselho Nacional da Amazônia Legal a devastação desenfreada só aumenta. Ambientalistas do Greenpeace expressam uma grande preocupação sobre tornar uma grande área que era floresta em savana de pastagem e plantio. A temperatura local irá subir e isso afetará nas chuvas. Lembrando que a Amazônia funciona como um ar-condicionado do mundo segundo Ben Hur Marimon Júnior, pós-doutor em Ecologia de Florestas.

Os ataques contra o meio ambiente não podem ser vistos de forma isolada de todos os outros ataques contra a classe trabalhadora. Compõem o mesmo projeto de sociedade defendido pela direita e pela extrema direita. A esquerda petista que esteve no poder pouco fez pelo meio ambiente também, favorecendo muito os latifundiários do agronegócio e mesmo hoje, dirigindo as maiores centrais sindicais do país, continuam apostando na institucionalidade e nas eleições de 2022 e não na força da classe trabalhadora. Somente a classe trabalhadora pode dar uma resposta em defesa da vida, se auto organizando em cada local de trabalho para levantar uma grande luta que possa não só mudar os jogadores da política, mas mudar as regras do jogo, derrubando esse regime. Somente a classe trabalhadora com um programa independente pode derrubar Bolsonaro e Mourão, sem nenhuma confiança no STF ou no Congresso Nacional, tão pouco nos governadores ou prefeitos e impor uma Constituinte Livre e Soberana para que seja o povo que decida os rumos do país.




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