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Com UTIs em colapso, escolas do Rio de Janeiro voltam com atividades presenciais

Em meio ao colapso do sistema de saúde devido ao pico de casos do COVID19, escolas de todas as redes do estado do Rio de Janeiro começam 2021 com atividades presenciais. Professores e estudantes estão sendo mandados de volta a sala de aula em condições extremamente precárias e inseguras e diante da falta de um plano sério de vacinação.

quarta-feira 10 de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Na semana que o número oficial de mortes pelo COVID19 na cidade do Rio de Janeiro ultrapassou o de São Paulo como o maior entre as capitais, o prefeito Eduardo Paes declarou que “não me parece compreensível ter shopping aberto e escolas fechadas” avançando a partir daí que as escolas é que devem ser abertas (e não que os shoppings deveriam fechar, poupar riscos aos trabalhadores). Fazem coro a ele entidades como a ASBREI – Associação Brasileira de Educação Infantil – que cinicamente finge estarem preocupadas com a educação enquanto tentam pressionar por um retorno inseguro apenas para manter o lucro dos empresários da educação privada.

Desta forma, nesta segunda-feira, dia 8, inúmeras escolas particulares voltaram as aulas como se nada estivesse acontecendo, sujeitando professores, funcionários e estudantes a condições de risco, da mesma forma que escolas municipais em várias cidades fluminenses, principalmente na educação infantil, já que há toda uma pressão para que os pais saiam para trabalhar e produzir lucro.

Mesmo na rede estadual, onde ainda não há volta as aulas presenciais, mas está sendo imposto um planejamento pedagógico de cima para baixo, as escolas já começaram a convocar professores para atividades presenciais como a aplicação de um questionário “sócio-emocional”, cujo real objetivo não é outro senão o de fingir que haverá um acolhimento para os alunos, muitos passando por problemas emocionais ou psicológicos, muitas vezes agravados pelas incertezas sobre a vida escolar produzidas pelo próprio ensino a distância farsesco da secretaria de educação do Rio de Janeiro.

Esta reabertura, autoritária, insegura, desorganizada e sem levar em conta as reais necessidades das comunidades escolares não tem outro sentido se não o de produzir lucro para diferentes setores da burguesia, e o impacto concreto na classe trabalhadora será o de aumentar a taxa de transmissão do COVID 19, aumentando a pressão sobre o já colapsado sistema de saúde do Rio de Janeiro.

Nossas vidas valem mais que os lucros deles, por isso é preciso superar a espera passiva pela vacina, exigindo das direções sindicais que organizem um debate democrático nas escolas que permita unir a força das comunidades escolares com os trabalhadores da saúde para lutar por um calendário real de vacinação para todos e também por um plano de medidas emergenciais para a pandemia construído em cada escola, exigindo dos governos investimento em infraestrutura escolar e uma perspectiva real de retorno seguro. Por isso são as comunidades escolares, e não os políticos, que devem decidir como, quando e em que condições voltar, debatendo com os profissionais da área de saúde em cada local.

O Esquerda Diário é uma mídia independente feita por e para o trabalhadores, por isso queremos dar voz aos milhares de professores, estudantes, familiares e trabalhadores da educação que sabem que precisamos desmascarar Comte, Paes e Ferreirinha.

Chamamos todas as comunidades escolares para nos enviar a real situação das escolas: as condições precárias de trabalho e estudo, as péssimas condições estruturais das unidades escolares e a falta de equipamentos e materiais básicos de segurança sanitária precisam ser denunciadas.

Neste momento, é crucial que a juventude e a classe trabalhadora se apoie em suas próprias forças. Por isso, quem deve decidir quando, como e quais são as medidas necessárias para um retorno seguro é a própria comunidade escolar com os trabalhadores da saúde.

Todas as denúncias recebidas serão divulgadas de forma ANÔNIMA, pois sabemos que as empresas, as prefeituras e o estado atuam para impedir o direito de organização dos trabalhadores da educação e de todos os servidores públicos e trabalhadoras e trabalhadores terceirizados.

Entre em contato conosco pelo whatsapp (21) 97147 6500 ou pelo email: [email protected]




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