×

Com 56 mil mortos pela crise, Bolsonaro cobra reabertura e diz que houve excesso de preocupação

Em live no facebook, nesta quinta (25), o presidente da república, que aparece ao lado de Paulo Guedes, cobra por reabertura econômica, apelando aos prefeitos e governadores que reabram comércios, se justificando a partir de alegar que nos hospitais estão sobrando leitos

sábado 27 de junho de 2020 | Edição do dia

No vídeo que começa com o presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, tocando “Asa branca” e “Ave maria” na sanfona, em uma espécie de bizarra “homenagem” aos mortos pela Covid-19, com Bolsonaro demagogicamente lamentando as mortes, como se este não fosse culpado por como tem sido conduzida a crise e como se também não tivesse em diversos momentos feitos declarações negacionistas absurdas, tendo um total desrespeito e desprezo por todos os mortos.

Na semana do dia 14 ao dia 21, o Brasil registrou o maior número de mortes e de aumento dos contaminados, mas mesmo, assim para Bolsonaro está na hora da reabertura. Três dias antes da live, o estado de MG registrou a maior taxa de ocupação de leitos no SUS, chegando a mais 90% dos leitos ocupados. Estes dados alarmantes, subnotificados e muito abaixo da quantidade de infectados e mortos real, já falam por si só.

Na transmissão o presidente afirmou ainda que “não podemos ter aquele pavor de lá de trás, houve um excesso de preocupação”, repetindo a falsa tese de que passamos do pico da contaminação e que em breve a pandemia irá ter passado. Bolsonaro em vídeo elogiou o novo Ministro da Educação, doutor em lucros do agronegócio, e também o Ministro interino da Saúde, militar da ativa que ganha mais do que seus antecessores, dizendo que “Pazuello está indo muito bem, a parte de gestão está muito bem, coisa nunca vista na história”.

O presidente afirma que “houve excesso de preocupação” e escolhe defender a retomada das atividades econômicas, por só levar em conta as necessidades de lucro dos patrões, não se importando nem um pouco com a vida dos trabalhadores. Trabalhadores estes que são em sua maioria negros, grupo que mais sofre as mazelas da pandemia, juntamente com outros grupos oprimidos, que estão desamparados nesta crise.

Um dos setores de trabalhadores que vêm crescido durante a pandemia, muito por conta das medidas do governo Bolsonaro, como as MP 927 e 936, que facilitam as demissões e a redução da jornada de trabalho com o salário, é o setor de entregadores de aplicativos, trabalhadores precarizados que são obrigados a continuar trabalhando para sobreviver na crise.

Estes entregadores estão chamando, à nível nacional e internacional, uma paralisação para o dia 1º de julho, reivindicando pautas econômicas da categoria, como a melhoria do valor nos fretes, aumento da taxa mínima, taxa EPI, entre outras.

Saiba mais: Por que apoiar a paralisação internacional de entregadores de APP em 1 de julho?

Nós do Esquerda Diário repudiamos as ações nefastas e declarações negacionistas do governo Bolsonaro, assim como não apoiamos, por sua vez, os governadores e prefeitos, que tentam posar como setor mais eficiente no combate a crise e como os que se importam com a vida dos trabalhadores, mas não nos esqueçamos que muitos destes estavam integralmente juntos com Bolsonaro ontem, e hoje estão juntos ainda na aprovação das reformas e MPs que atacam a vida dos trabalhadores. Todo apoio a paralisação dos entregadores. Rumo ao dia 1º de julho.

Frente aos efeitos sociais da crise em curso, negados por Bolsonaro e desconsiderados por prefeitos e governadores, levantamos um programa que disponibilize testes massivos para toda a população e que promova a estatização de todos os leitos sob o controle dos trabalhadores. Combinado a isso, coloca-se também a necessidade de luta por uma assembleia constituinte livre e soberana, que permite que a população delibere sobre os rumos do país.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias