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REPRESSÃO NA USP | Claudionor Brandão relata perseguição da PM na USP até mesmo dentro do hospital

Após as sangrentas cenas de repressão, com direito a prisões, promovidas pela Polícia Militar a mando do reitor Marco Antonio Zago dentro da USP, os agentes da polícia não se deram por satisfeitos: seguiram os trabalhadores e estudantes até mesmo dentro do Hospital Universitário para continuarem intimidando, ameaçando e prendendo. Veja relato de Claudionor Brandão, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP).

quarta-feira 8 de março de 2017 | Edição do dia

Se a ação da PM (polícia assassina que mais mata no mundo), ontem, na frente da reitoria, foi revoltante pela covardia, e abuso de força, a ação dessa polícia contra pessoas feridas, enquanto eram atendidas na emergência do HU [Hospital Universitário], e também contra seus acompanhantes, ou conhecidos que tentavam obter noticias, foi muito mais revoltante, porque foi muito mais covarde e abusiva.

Tudo começou com a chegada de três policiais, sendo um deles cabo da PM, tipo fala mansa, o mesmo que apontou uma pistola pra minha cara, há menos de um mês.

Um dos soldados invadiu a sala de procedimentos do PS, onde a companheira Diana e o companheira Franciel estavam sendo atendidos, visto que sangravam muito devido cortes em suas cabeças causados pelos cassetetes dos agressores, covardes, e, sem se importar com o fato de estarem sendo atendidas na mesma sala, outras pessoas que não tinham nada a ver com os repressores ou com os manifestantes, o mesmo soldado colocou uma das mãos no ombro do medico que atendia o companheiro Franciel tentando interromper o atendimento para "qualificar" o companheiro, uma provocação absurda, um desrespeito ao ferido e ao profissional medico, custava ao irracional, ou aos irracionais, esperar o termino do atendimento? Claro que não! Mas, a atitude escrota era proposital, pensada com o intuito de intimidar. Em seguida, a amostra grátis de "Rambo" (lembram do policial assassino que atuava na periferia da capital e que apareceu num vídeo levado a público espancando pessoas, cobrando pedágio e até matando a tiros uma pessoa?), se dirigiu à companheira Diana e começou a interrogá-la em tom alto, de forma agressiva e ameaçadora. Diante disso reagimos contra mais essa atitude covarde e abusiva do milico. A equipe médica interveio a fim de de evitar a instalação de um tumulto naquele ambiente e os milicos saíram da sala.

Porém, a mesma amostra grátis de "Rambo" iniciou outro tumulto, agora na área em que ficam os pacientes acamados, em observação, passando a interpelar ("qualificar") e dar voz de prisão aos companheiros Adriano e Fernando, acompanhantes da Diana e do Franciel respectivamente. Depois de deterem o companheiro Fernando e assim impedi-lo de levar o Franciel pra fazer a tomografia, o próprio cabo foi levar o companheiro, desconfiado fui atrás, já que iria acompanhar a Diana também até a tomografia. No caminho encontramos o Franciel sentado na cadeira de rodas, cercado por três ou quatro policiais que o pararam e que, com a obvia cumplicidade do cabo, o interrogavam a título de fazer a "qualificação" que já havia sido feita e que tentavam obrigá-lo a entregar seu documento.

Encerro essa denuncia com um último fato ainda mais revoltante: enquanto aguardávamos na sala de espera da tomografia assistimos a chegada da amostra grátis de "Rambo", agora, pasmem, sentado numa cadeira de rodas, com cara de vítima indignada, acusando o Franciel de have-lo agredido e ameaçando-o, dizendo que "ainda iria conversar com o Franciel sobre a agressão de que o acusava." Uma ameaça covarde, abusiva e do caráter também mentiroso e farsante dessa corporação. Note-se que o mesmo farsante deteve o estudante Fernando e tentou deter o diretor do SINTUSP Adriano afirmando que havia sido agredido pelos mesmos. Cara de pau, o farsante nem procurou acusações diferentes, todos o haviam agredido, mas o fato é que ele não tinha sequer os cabelos despenteados, ou ele é muito forte, tipo Rambo, ou seus supostos agressores são muito fracos!
Fica ai a denuncia e o chamado pra ficarmos atentos contras as falsas acusações levantadas contra nossos companheiros.




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