O trabalhista Ciro Gomes, candidato à presidência pelo PDT em 2018, anunciou suspensão da sua pré-candidatura para 2022 após seu partido votar em peso a favor da PEC dos precatórios.
quinta-feira 4 de novembro de 2021 | Edição do dia
Ciro Gomes foi candidato à presidência em 2018 e obteve o terceiro lugar, com 12,47% dos votos, totalizando 13.344.366 votos. Sua chapa era composta com Katia Abreu, também conhecida como "motosserra de ouro", líder do arcaico e reacionário agronegócio brasileiro.
Ciro coleciona polêmicas, recentemente vem tentando incindir nos votos da extrema-direita e da direita ao se colocar a favor do golpe de 2016. Na época, Ciro se colocou contra o golpe, mas hoje, para tentar ganhar votos do bolsonarismo, declarou arrependimento e afirmou que estava correto o golpe. Uma espécie de atraso do atraso, um Barrichello às avessas. Enquanto Lula e o PT estão perdoando golpistas por todo o país, Ciro está diretamente apoiando o golpe.
Agora a suspensão de Ciro chama atenção pelos dois pesos e duas medidas. Parlamentares do PDT já votaram a favor da reforma da previdência, da PEC Emergencial e vários outros ataques contra os trabalhadores e a população. Agora sobre os precatórios, Ciro decide suspender a pré-candidatura. Será pressão ou reconhecimento de iminente derrota em 2022?
Veja tweet de Ciro abaixo:
A mim só me resta um caminho: deixar a minha pré-candidatura em suspenso até que a bancada do meu partido reavalie sua posição.
Temos um instrumento definitivo nas mãos, que é a votação em segundo turno, para reverter a decisão e voltarmos ao rumo certo.
— Ciro Gomes (@cirogomes) November 4, 2021
Apesar de Ciro Gomes ser um árduo defensor dos interesses da elite econômica do país, do agronegócio e também da indústria, os flertes entre Ciro e a direita não são maiores do que os de Lula. O ex-presidente vem se reunindo com a cúpula golpista do MDB, oligarcas reacionários do nordeste, e mais recentemente flertando com o tucano Geraldo Alckmin numa possível chapa para 2022. Apesar da demagogia, o flerte com o golpismo é generalizado e ambos estão se aliando com setores que hoje votam e apoiam boa parte dos ataques de Bolsonaro contra a população.
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