quarta-feira 29 de abril de 2015 | 00:01
As autoridades chinesas liberaram as cinco feministas presas há mais de um mês, quando se cumpria o prazo máximo da Promotoria para decidir se apresentava acusações contra elas ou as deixava em liberdade, segundo confirmou um dos advogados.
Em um primeiro momento só haviam liberado Wang Man, Wei Tingting e Zheng Churan, e, perto da meia-noite na China, foram liberadas Wu Rongrong e Li Tingting.
O advogado Wang Qiushi, representante de algumas das ativistas, assinalou que, no entanto, as feministas não desfrutarão de uma “liberdade total”, já que as autoridades vigiarão seus movimentos.
Na segunda-feira, 13/04, se cumpria o prazo que recorre a lei chinesa, de 37 dias, para que a Promotoria decidisse liberar ou apresentar acusações formais contra as ativistas detidas na véspera do 8 de março, dia internacional das mulheres. Ainda que a liberdade tenha restrições, as ativistas dentro e fora da China receberam com alegria a notícia da libertação.
A detenção destas ativistas gerou a maior campanha de protesto local e internacional contra uma prisão nos últimos anos, segundo organizações de direitos humanos e ativistas. Entre essas campanhas, uma das que acumulou maior atenção na China é a de um grupo de cinco pessoas anônimas que se fotografaram em diferentes pontos do país asiático com máscaras com o rosto das detidas.
As cinco feministas, que têm entre 20 e 35 anos, foram presas entre 6 e 7 de março, quando estavam prestes a distribuírem adesivos e panfletos contra as agressões sexuais no transporte público em diferentes cidades da China, entre elas, Pequim.
A prisão das feministas teve muita repercussão, mas suas ações não são únicas e não estão isoladas: como as ativistas presas, as mulheres que denunciam o assédio sexual no trabalho e participam de pequenas ações feministas em cidades como Pequim têm entre 20 e 35 anos, e são parte da geração que protagoniza greves e protestos em todo o país.
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