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MOVIMENTO ESTUDANTIL CHILE | Chile: Nova marcha estudantil termina com repressão e incidentes

Dezenas de milhares de estudantes se manifestaram em Santiago pela educação gratuita e em solidariedade à Chiloé. Manifestação terminou com repressão e enfrentamentos

quinta-feira 12 de maio de 2016 | Edição do dia

Foram dezenas de milhares de estudantes que se manifestaram pelas ruas de Santiago. Também houve mobilizações em diversas regiões do país com milhares de estudantes, terminando com incidentes em regiões como Concepción e Valparaíso. Em Puerto Montt, mais de 3000 manifestantes marcharam por suas demandas e em particular em solidariedade com os trabalhadores e pescadores de Chiloé, que estão mais de uma semana mobilizados contra o governo e as empresas salmoneras (pesca de salmão) frente a crise ambiental e social da maré vermelha.

A mobilização em Santiago, de secundaristas e universitários, se iniciou depois das 10 horas da manhã na Praça Itália, e rapidamente nas cercanias do Centro Cultural Gabriela Mistral (GAM) foi reprimida pela polícia e se desenvolveram incidentes com os manifestantes. Gases lacrimogêneos e o uso do carro lança-água buscaram dispersar os manifestantes, que não obstante, continuaram até a Praça Los Héroes onde culminou a mobilização com um ato estudantil. Ali os dirigentes estudantis ressaltaram as demandas da gratuidade e a solidariedade com a revolta de Chiloé. Ao finalizar o ato, repressão e enfrentamentos isolados se desenvolveram, movimentando-se às cercanias da Universidade de Santiago (USACH) assim como da Universidade Central (UCEN). Assim mesmo a polícia durante toda a jornada realizou controle de detenção à centenas de jovens que saíram para manifestar em Santiago.

Rodrigo Gallardo, porta voz da Assembleia dos Chilotes de Santiago, disse ao La Izquierda Diario: “O sinal que tem dado o governo até o momento é de nula resposta, num conflito que tem mobilizado as 10 comunas da província de Chiloé, e algumas também da décima região como Puerto Montt e Osorno, também afetadas por este desastre que tem custado a fonte de renda de milhares de famílias (...) Nós queremos dar visibilidade ao conflito, acreditamos que tem sido pouco divulgado, e ademais sentimos que tem uma aproximação com o tema estudantil, pelo fato da mercantilização, que as universidades não estão voltadas a pensar no desenvolvimento das comunidades”.

Además, Gallardo se referiu às seguintes ações que vão tomar como estudantes chilotes: “Há organizações de chilotes em diferentes lados e estamos convocando junto a Confech (Confederação de estudantes da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade do Chile) para o dia de amanhã (hoje, 12/05) na Praça de Armas às 19 horas. Vamos seguir nos mobilizando e esse é o chamado que fazemos”, enfatizou o estudante.

Dauno Tótoro, da Agrupação Combativa e Revolucionária, disse ao La Izquierda Diario, “as respostas do governo à nossas demandas e as dos pescadores e trabalhadores de Chiloé são repressão e migalhas. Este governo, que se dizia favorável aos nossos interesses, mostra o engano ao povo trabalhador e ao movimento estudantil, e responde a agenda dos empresários e seu regime de políticos milionários corruptos à serviço de seus lucros” e colocou “há que terminar com este regime de repressão que somente vela pelos interesses empresariais”. Disse ainda que “para conquistar nossas demandas como a educação gratuita pública e universal, assim como para que triunfe a agenda da revolta de Chiloé, é necessário exigir das organizações como a CUT ou a CONFECH um plano de luta nacional em apoio a Chiloé e uma pauta de demandas unificadas para conquistar nossas reivindicações, sem nenhuma confiança nas autoridades do parlamento e do governo, nem nos empresários que têm provocado esta crise, senão somente na força dos trabalhadores e na unidade entre pescadores, estudantes e oprimidos”.




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