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ELEIÇÕES ESTUDANTIS CAXIAS DO SUL | Golpe nas eleições do DCE na UCS, em Caxias do Sul

Uma universidade mergulhada em vergonha aflorou na sexta-feira, dia 27. As eleições para Diretoria Centro-Estudantil já estavam envoltas em polêmicas. Ataques em redes sociais se faziam presentes diariamente e era notória que, independente de quem ganhasse quem sairia perdendo seria o estudante.

quarta-feira 2 de dezembro de 2015 | 00:00

Esse cenário se torna compreensível quando entendemos o que cada chapa representa. A Chapa 1, “Democratiza Já!”, era a atual gestão. Conhecida por ser aparelhada pelo PCdoB. Um de seus membros mais reconhecidos é Cláudio Libardi. Este já foi assessor do vereador Rafael Bueno (PCdoB-RS) agora trabalha de estagiário no Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul, comandado pelo ex-vereador e candidato a prefeito de Caxias em 2012, Assis Melo, também do PCdoB.

O partido, inclusive, espalhou-se como uma praga na cidade. Comanda grande maioria dos sindicatos, sempre fazendo frente com o patronal e ignorando o clamor da classe trabalhadora caxiense. Para piorar a situação, grande parte dos membros da chapa são membros da UNE e da UJS, ostentando, inclusive, a bandeira azul da UNE na sede do Diretório. (vale lembrar que a comissão eleitoral é composta por membros da UNE). A Chapa 2, “O Novo Pede Passagem” não possui o mesmo nível de aparelhamento da Chapa 1, porém isso não a torna menos ruim. Amparada pelo PT, a Chapa é cega pelo governismo, apesar de afirmar categoricamente que, por serem membros da “Democracia Socialista” do PT, são contra a coligação com o PMDB, PP e etc. Risível.

A Chapa 3, para finalizar, tornava o quadro, já complicado, em desesperador. Com membros do PP, PMDB, PSD, PDT, PSDB e PSC, a Chapa possuía uma linha de ação abertamente de direita. Entre as propostas apresentadas, uma se destacava pelo absurdo. Trata-se da ideia de colocar Policiais Militares dentro da Universidade para manter a “ordem e a segurança”.

Explicado o quadro, é hora de explicar o golpe.

As votações começaram na terça-feira, dia 24, e se estenderam até a quinta-feira, dia 26. Cada bloco da Universidade deveria contar com um membro de cada Chapa, além do mesário, para manter a transparência nas eleições. As Chapas possuíam influências diferentes, conforme os cursos. Por exemplo, no curso de Economia, no Bloco J, a Chapa 3 (de direita) era franca favorita. No curso de História, no Bloco H (e com o DA aparelhado pela Chapa 1), a Chapa 1 possuía grande vantagem. Aconteceu que, na abertura das urnas, na quinta-feira, a Chapa 3 havia vencido por larga vantagem. A Chapa 1, que briga pelo APARATO e não pelo ESTUDANTE, entrou com uma série de recursos para reverter o quadro. Dentro as cenas absurdas que vimos, as urnas do Bloco J foram impugnadas, anulando todos os votos daquele setor, além de que as urnas de outros núcleos (comandados pela 1) foram magicamente “desimpugnadas” para contar os votos a favor da chapa do PCdoB.

Pela democracia, a Chapa 3 venceu. Outro fato gritante foi que, no Bloco H, onde a Chapa 1 domina, não houveram membros das outras chapas, ficando “apenas” membros da Chapa 1 e da Comissão Eleitoral da UNE “cuidando” dos votos. Em outro núcleo onde a Chapa 3 teria a vantagem, a Comissão Eleitoral ligou para a mesária afirmando que “não haveria eleições”, dispensando-a de seus deveres e praticamente anulando a chance de votos lá.

Ao final de tudo, a Chapa 1 que havia perdido por quase 700 votos de diferença mexeu tanto seus “pauzinhos” junto com a UNE que conseguiram reverter esse quadro para uma vitória magra por 50 votos de diferença. A roubalheira foi tão grande que até a chapa amparada pelo PT sentiu vergonha desse nível de corrupção.

Acontece que a situação que era crítica, tornou-se desesperadora. O presidente da Chapa 3, Michel Pilonetto entrou na justiça alegando favorecimento da Comissão Eleitoral para com a Chapa 1. Diante das evidencias, a juíza Cláudia Rosa Brugger deferiu a liminar de busca e apreensão de toda a documentação referente à votação e levou-as para a 4ª Vara Cível da comarca de Caxias do Sul na tarde de sexta-feira. Agora resta aguardar o seguimento do processo na justiça.

E agora, como fica?

A situação está complicada para o estudante, por ora. Em pequena escala, o que aconteceu na UCS segue a mesma lógica do que acontece em grande escala em Brasília. A Chapa 1, que se diz de esquerda faz frente constantemente com a reitoria, contra o estudante. Exemplo disso foi que a mensalidade das cadeiras aumentou em 10% e não houve movimentação estudantil por parte do DCE contra tal aumento. Isso cria um sentimento de descontentamento entre os estudantes contra a dita “esquerda”.

Com isso, houve um crescimento no apoio à visões radicalmente de direita, vendo-os como os “salvadores do movimento estudantil”. A outra chapa, amparada pelo PT, pouco fez e passou batida durante toda a eleição. Com a iminente resolução do processo em favor da Chapa 3 (uma vez que há todas as evidencias de golpe por parte da Chapa 1), a direita assumirá o Diretória Centro-Estudantil, aproximando-se cada vez mais da reitoria e do interesse oligarca que a cúpula da universidade tem. Sendo assim, é hora dos estudantes unirem-se pelos seus direitos e gritar que “NEM A DIREITA E NEM O GOVERNISMO NOS REPRESENTAM!”. É tempo de mudança nos rumos da Universidade de Caxias do Sul!




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