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Metrô de SP | Chapa 4 - Nossa Classe Metroviários: por um Sindicato democrático, proporcional e colegiado

sábado 12 de março de 2022 | Edição do dia

Reproduzimos a declaração da Chapa 4 - Nossa Classe a respeito do plebiscito que o Sindicato dos Metroviários e Metroviárias fará entre os dias 14 e 18/03 para definir sobre o formato da diretoria do sindicato, no qual está em jogo acabar com a “proporcionalidade”, que permite que todas as diferentes posições dos trabalhadores, que chegam a se organizar como chapas, estejam representadas na diretoria.

Nós, trabalhadoras e trabalhadores que construímos o Movimento Nossa Classe, em cada local de trabalho, sempre travamos a batalha por sindicatos de gestão proporcional, como parte da luta para ampliar a democracia operária e assim fazer avançar a luta da nossa classe contra os governos e patrões. Superando também as burocracias sindicais que controlam a maioria dos sindicatos pelo país e que servem como freio às lutas e à unificação da nossa classe.

Nesse plebiscito, quem está defendendo acabar com a proporcionalidade no sindicato dos metroviários são os companheiros que conformam a maioria da Chapa 2 - Alternativa Metroviária, integrada por PSTU, LS e outros. Também será votada a proposta de substituir o modelo atual, com 3 coordenadores gerais, por um presidente. Quem está fazendo campanha por essa proposta são os companheiros da Chapa 2 e a burocracia da Chapa 1 (PCdoB/PT/PSB). Essas propostas só restringiriam a democracia no sindicato.

Em um momento marcado por uma guerra reacionária na Ucrânia, onde faz falta uma posição da nossa classe independente de Putin e do imperialismo da Otan, em que os preços dos combustíveis estão explodindo, empurrando ainda mais pra cima a inflação dos alimentos que já castiga nossa classe com a fome, em que seguem pesando os ataques como a reforma trabalhista, os desafios para nossa luta são grandes. Fazer essa campanha contra a proporcionalidade agora não corresponde a nenhum deles, a nenhuma necessidade da nossa classe. Somente a cálculos de aparato.

Em defesa da democracia operária e da unidade na luta, VOTE: Pela diretoria proporcional com todas as chapas! Pela coordenação colegiada!

Entre os dias 14 e 18/03 acontecerá um plebiscito para que nossa categoria decida sobre o formato da diretoria de nosso Sindicato, que passará a valer para a próxima eleição. Os metroviários de SP serão consultados sobre duas questões: Se decidem pela proporcionalidade (como é hoje, com 4 chapas compondo a diretoria) ou chapa única (onde só assume a chapa que obteve mais votos). E votam entre colegiado (como é hoje com os três coordenadores) ou presidencialismo.

1- O que a Chapa 4 - Nossa Classe defende?

Nós da Chapa 4 Nossa Classe acreditamos que para fortalecer nossa organização e luta é necessário o aprofundamento da democracia no sindicato, e como parte disso defendemos a manutenção da proporcionalidade na composição da diretoria do Sindicato, com a participação de todas as chapas inscritas, com peso proporcional ao número de votos dos trabalhadores. Nos materiais do Sindicato estamos defendendo o voto na proporcionalidade e no colegiado junto aos companheiros da Chapa 3 (Chega de Sufoco) e da CST/PSOL (minoria da Chapa 2).

2- Por que uma diretoria proporcional e colegiada é melhor e mais democrática do que com uma única chapa e um presidente?

Se nas eleições passadas o funcionamento de nossa entidade fosse de chapa única (majoritária) e com presidencialismo, a Chapa 1 (PCdoB/PT/PSB) que obteve 46% dos votos, nem sequer a maioria absoluta, assumiria sozinha a direção do Sindicato e ocuparia sozinha as 66 cadeiras, além da presidência. E mais da metade dos trabalhadores não estariam representados aí. Já com o funcionamento proporcional, como é hoje, a Chapa 1 (46%) teve direito a ocupar 30 cadeiras, a Chapa 2 (24%) ocupa 16 cadeiras, a Chapa 3 (23%) ocupa 15 cadeiras e a Chapa 4 (7%) ocupa 5 cadeiras. Dessa forma é possível expressar na Diretoria todas as posições da categoria que chegam a se organizar como uma chapa.

Essa é a forma mais democrática de composição da diretoria, dificultando que uma burocracia sindical controle sozinha o Sindicato. Além disso, por permitir que na própria diretoria se expressem as diferentes posições, ajuda a que os trabalhadores conheçam todas elas, saibam o que cada chapa defende, possam ver a prova na prática de cada uma, e verificar quais são as posições que mais contribuem para o avanço da luta da categoria e da nossa classe. Dessa forma, se amplia o espaço para combater a burocracia sindical não só nas eleições e no aparato sindical, mas na sua influência entre os trabalhadores com posições que enfraquecem a unidade da nossa classe e nossa luta, nos levando a derrotas.

Viemos enfrentando duros ataques de Doria e Bolsonaro. Agora Lula se apresenta junto com Alckmin, para deixar claro que não revogará os grandes ataques, como a reforma trabalhista. O preço do combustível e do gás está explodindo, levando junto os alimentos. Precisamos nos organizar e unificar com os setores mais precarizados da nossa classe, superando a burocracia sindical. Para todos esses desafios, precisamos de mais democracia no sindicato, não menos!

3- Um debate com a Chapa 2 - Alternativa Metroviária

A posição publicada pela Chapa 2, defendida por companheiros do PSTU, LS e pela maioria da chapa, é de que "esse formato [chapa única e presidencialismo] traz mais clareza à categoria, pois em momentos decisivos os Metroviários podem tomar um rumo com mais nitidez ao invés de terem diversas posições distintas dentro da mesma diretoria para tomarem suas decisões". Nos seus áudios, colocam que expressar todas as posições na diretoria gera “confusão”, “bagunça”, “uma salada”. O mesmo argumento da Chapa 1 para defender o presidencialismo.

O exemplo concreto da mobilização e greve de 2021 mostra claramente o contrário, que se não houvesse proporcionalidade e coordenação colegiada os trabalhadores não teriam “mais nitidez” para decidir, e sim menos: a única posição que se expressaria na diretoria, e como posição do presidente do sindicato, seria a da Chapa 1 (PCdoB/PT/PSB) que defendeu aceitar os ataques da empresa ao ACT e um reajuste rebaixado de 2%. Foi muito importante que a posição das chapas que defenderam não aceitar os ataques, como nós, pôde se expressar como parte da diretoria e da coordenação. Isso ajudou a mostrar que a Chapa 1 nos levaria à derrota, e aos trabalhadores também se sentirem confiantes em rechaçar em assembleia a proposta da empresa e apostar que nossa mobilização arrancaria nossos direitos e nosso reajuste.

Só com a democracia dos trabalhadores podemos enfraquecer de fato a burocracia, e garantir que o sindicato esteja nas mãos dos trabalhadores, como uma escola de como os trabalhadores podem controlar democraticamente não só a luta, mas toda a sociedade!

Veja defesa de Fernanda Peluci e Felipe Guarnieri da Chapa 4 Nossa Classe na última assembleia




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