quinta-feira 18 de fevereiro de 2016 | 22:00
Ano passado ao passar na frente do Fernão Dias, uma das escolas ocupadas de São Paulo, podíamos ver um cartaz colocando apoio dos estudantes aos trabalhadores da Usiminas, ameaçados na época de demissão e fechamento da fabrica. O que podia parecer, aos olhares rápidos, um gesto de simples solidariedade, além disso, colocava também a defesa do próprio futuro da juventude junto a defesa dos trabalhadores.
Esse sentimento expresso nas ocupações, esta chamado hoje a se colocar na ação. Ano passado foram mais de 26 mil pessoas demitidas somente no Vale do Paraíba (região industrial de São Paulo), 2016 mal começou e já registra quatro demissões em massas, a mais recente na GM com 517 demitidos. Nessa semana também a empresa MABE na região de Campinas esta querendo fechar as postas e colocar cerca de 2000 na rua, o que já vem gerando uma resposta com os trabalhadores ocupando a fabrica!
Esses são alguns exemplos que vemos se espalhar pelo país. Em relação a realizar os cortes e atacar os direitos trabalhistas a uma unidade entre os partidos da ordem no Brasil, seja PSDB ou PT. O governo Dilma esta assumindo uma agende neoliberal de ataque e demissões, enquanto mantem um discurso populista através das burocracias sindicais governistas, defendendo o PPE (programa de proteção ao emprego) que na realidade diminui o tempo de trabalho e salario dos trabalhadores, onde metade do salario (já diminuído) é pago com dinheiro publico. Ou seja, só faz garantir mais benefícios a grandes monopólios internacionais.
Assim, nós da gestão do CAELL (letras) e o CAPPF (educação) da USP, e minoritária na gestão do CACH – Unicamp queremos chamar as entidades estudantis, estudantes universitários e secundarista a realizarmos ações de solidariedade e de luta comum, contra as demissões dos trabalhadores e fechamento de fabricas, organizando uma grande campanha em torno a ocupação da MABE, apoiando os trabalhadores, para que triunfem, sabendo que esse forte aliança pode ser exemplo e referencia para jovens e trabalhadores de todo o pais lutarem contra os ataques das patronais e governo.
Para nós a luta pelo futuro de milhares de jovens passa necessariamente pela defesa dos trabalhadores, pois compartilhamos dos mesmos interesses de construir uma sociedade onde não haja mais poucos milionários, donos de empresas e fabricas, que ficam com toda a riqueza, quando sofremos com educação, saúde, transpor precários, enquanto damos nosso suor para ganhar pouco e ainda agora lidar com o desemprego e demissões.
A juventude que desde 2013 vem despertando para a política, e mostraram sua força nas ocupações de escola, pode ser um sujeito político nacional contra os governos e as empresas que querem fazer com que nós e milhares de trabalhadores, pais e mães de família, paguem pela crise, a força da juventude pode entusiasmar os trabalhadores e mostrar que eles podem lutar, que não estarão sozinhos. Achamos que as entidades estudantis podem cumprir um papel central nisso, rompendo com qualquer apatia e forjando uma aliança perigosa entre os jovens e os trabalhadores para dar uma resposta política a crise.
Assim, fazemos esse chamado ao DCE da USP e UNICAMP, ANEL, Oposição de Esquerda da UNE, e as todas entidades estudantis de esquerda, e aos estudantes e secundaristas a realizarmos uma grande campanha de fundo de greve e arrecadação de alimentos para a ocupação dos trabalhadores da MABE e realizarmos uma grande ação de apoio a ocupação desses trabalhadores e contra as demissões na GM e em todas as fabricas.
