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TRÁFICO DE INFLUÊNCIA EM CAMPANHA | Carris dispensa trabalhadores para Melo gravar sua propaganda ’em paz’

Recentemente foi veiculada uma propaganda do atual vice-prefeito e candidato à prefeitura de Porto Alegre, Sebastião Melo (PMDB), dentro da garagem da Carris, dizendo que iria defender a Carris e não iria privatizá-la.

sexta-feira 14 de outubro de 2016 | Edição do dia

Para além da hipocrisia de uma prefeitura que vem sucateando uma das principais empresas públicas da cidade, houve liberação indevida dos pontos dos funcionários para que Melo pudesse fazer sua propaganda ’em paz’. Ela foi feita a partir de uma posição privilegiada de Melo, sendo ex-prefeito, configurando crime eleitoral de tráfico de influência e favorecimento ilícito. A denúncia que chegou até nós foi:

Hoje dia 12 de outubro (feriado) o candidato a prefeito Sebastião Melo foi gravar vídeo de campanha na nossa amada Carris. Empresa que o partido dele vem destruindo a 12 anos! Mas o mais interessante é que justamente hoje ofertaram para todos motoristas e cobradores que estavam na reserva para irem embora em troca de receber ponto de 4 horas e mais o ticket! Coisa que nunca é feito! Apenas para evitar que o trabalhador da carris se manifeste durante seu falso vídeo!"

Para além do favorecimento ilícito e tráfico de influência envolvendo a atual administração e a cúpula da Carris, tal situação se torna ainda mais absurda quando vemos na prática o que a prefeitura de Melo fez com a empresa. Melo, em sua propaganda, denuncia o ziguezague de seu adversário Marchezan Jr. (PSDB) que ora diz que vai privatizar a Carris e ora desdiz, para afirmar que não vai privatizá-la. Mas sabemos que todo o descaso das administrações anteriores com relação à Carris, desde Fogaça até Fortunati, possui o objetivo de favorecer os grandes empresários do transporte.

O próprio processo recente de licitação garantiu uma série de benefícios para as empresas privadas, como o aumento de linhas onde se lucra mais com as passagens, em detrimento da Carris, aprofundando parte da crise financeira na qual a empresa pública se encontra para fazer o velho jogo da privatização: primeiro se precariza a empresa para depois argumentar que algum empresário deva arrematá-la em leilão, privatização ou concessão para tirá-la do vermelho. A prefeitura de Fortunati, tendo Melo como vice, também foi conivente com as empresas que não respeitaram a licitação e estão exitnguindo viagens e tabelas para atender a necessidade financeira delas e não da população.

Ou seja, a hipocrisia de Melo só serve aos empresários e quem acaba pagando a conta são os trabalhadores rodoviários e a população que se utiliza do transporte público. Não se sabe o que é pior: a hipocrisia de Melo ou a cara de pau de Marchezan. Uma coisa sabemos, ambos trabalham em defesa do lucro do patrão e contra os interesses dos trabalhadores e da população.

Em outras denúncias, os trabalhadores deixaram claro que cabe aos trabalhadores lutar pela Carris. Defendemos também a necessidade de se avançar na estatização de todo o sistema de transporte, lutando por um transporte 100% estatal, sob administração dos próprios rodoviários junto da população que utiliza o serviço. Apenas assim conseguiremos avançar na redução das passagens exorbitantemente caras, nos lucros dos patrões e em defesa de um transporte público e de qualidade para todos.




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