segunda-feira 30 de março de 2020 | Edição do dia
Representando bem a burguesia que quer explorar os trabalhadores e que descumpre qualquer direito trabalhista existente, a carreata bolsonarista no Pará fez jus aos seus integrantes, tendo como liderança uma caminhonete com a licença expirada e com R$ 22 mil reais de multas à pagar. A prática de não se pagar multa nos lembra a quantidade de dívidas que as empresas capitalistas tem com o estado, e que não pagam, enquanto o SUS segue sofrendo cortes.
A caminhonete cabine dupla que iria liderar a manifestação contra as medidas de quarentena, à favor de que trabalhadores fossem obrigados à se expor ao coronavírus para que capitalistas seguissem lucrando, estava com o licenciamento vencido desde o ano de 2015 e acumulava R$ 22.322,36 em multas não pagas.
O governo do estado do Pará afirmou que o dinheiro obtido com o pagamento destas multas seria revertido para medidas de combate contra o coronavírus. — Esse carro só sairá do parque de retenção se o proprietário pagar esse valor. Foi acordado também que o valor dessas multas será revertido, integralmente, para as ações de combate ao novo coronavírus- disse Marcelo Guedes, diretor Geral do Detran - Pará. Mais 11 pessoas - motoristas de 11 veículos - foram detidos e autuados em base ao artigo 174 do Código de Trânsito Brasileiro: participar na via como condutor em evento organizado sem permissão.
Enquanto de um lado, Bolsonaro quer forçar os trabalhadores à se arriscar com o coronavírus para manterem seus empregos, querendo acabar com as quarentenas, de outro, os governadores oferecem quarentenas com poucas medidas de combate real ao coronavírus. É preciso que se estatize os leitos da saúde privada que vem lucrando muito com o sucateamento promovido contra o SUS pelos governos federais, estaduais e municipais. É preciso elevar a renda básica, pois em grande parte dos estados o valor de R$ 600,00 é somente um pouco mais do que o valor da cesta básica. Enquanto isso, o auxílio-banqueiro vem no valor de R$ 1,2 trilhões.
É necessário interromper as cobranças de serviços essenciais como água, luz e aluguel, e, além disso, é preciso botar para produzir os respiradores contra o agravamento do covid-19. Para estas medidas serem aplicadas, somente com o controle operário da produção, ou seja, com os trabalhadores decidindo o que deve ser produzido, e produzindo de acordo com as necessidades das pessoas e não do lucro.
