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DELAÇÃO ODEBRECHT | Carmen Lúcia decide que Lava Jato segue mesmo sem substituto de Teori

terça-feira 24 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Na noite desta segunda-feira (23) a presidente do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia, determinou que a homologação das delações da Odebrecht na Lava Jato devem seguir mesmo sem um substituto designado para o lugar do ministro relator, Teori Zavaski, morto na queda do avião em Paraty, que ainda não teve sua investigação concluída.

As audiências que estavam agendadas com executivos e ex-funcionários da Odebrecht tinham sido paralisadas e os juízes auxiliares de Teori aguardavam a nomeação do ministro substituto ou a redistribuição do processo para seguir os trabalhos, agora, com esta decisão da presidente Carmen Lúcia, os depoimentos agendados seguem.

A presidente do Supremo está também no papel de plantonista do STF durante o recesso e tomou a decisão após conversar com boa parte dos ministros e o Procurador Geral da Republica, Rodrigo Janot. Os rumos da Lava Jato após o recesso ainda segue em aberto, já que não se sabe que dispositivo será utilizado pela presidente para redistribuição do processo, já que Temer declarou que só nomeará substituto após redefinição interna.

Os depoimentos da Odebrecht, parte do maior acordo de delações premiadas de toda a operação Lava Jato até aqui, comprometem dezenas de políticos de vários partidos incluindo PSDB e PP, mas sendo a cúpula do governo Temer, os caciques do PMDB os mais atingidos, com o próprio presidente citado 43 vezes na delação de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht.

A morte nada esclarecida do relator Teori Zavasky gerou um grande clima de desconfiança na população que já considera tudo possível - inclusive sabotagens e assassinatos -, em meio a tanta crise e podridão do regime político. Uma pesquisa feita pela internet no Paraná apontou que mais de 83% dos entrevistados não acreditavam em acidente, mas sim em sabotagem e assassinato do relator.

Na disputa entre os políticos de sempre que querem perpetuar sua impunidade e chegaram a dizer, descaradamente, que a morte de Teori os deu tempo, como disse o braço direito de Temer, ministro Eliseu Padilha, e os que aproveitaram o clima de desconfiança em relação à morte do relator para fortalecer um sentimento de defesa da Lava Jato frente a um suposto ataque frontal, o que vemos na decisão da presidente Carmen Lúcia é que prevalece o entusiasmo com a operação de interesses imperialistas que legitimou e garantiu o golpe e segue servindo como pressão intensa a aplicação dos ataques contra os trabalhadores.




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