Recebemos mais uma denuncia sobre a irresponsabilidade de empresas que seguem funcionando sem equipamentos de proteção e colocam a vida de seus funcionários e familiares em risco. Dessa vez, a denuncia vem de um trabalhador do telemarketing de Campinas, empregado na Motiva, uma das maiores empresas do ramo no país.
quinta-feira 2 de abril de 2020 | Edição do dia
“A empresa segue funcionando normalmente, não recebemos máscara, armário específico para deixar as roupas ou uniformes no trabalho, colocando em risco nossas saúde e a de nossos familiares.
É complicado que é muita gente né? São cerca de 900 trabalhadores por turno, em um ambiente fechado com ar condicionado, com todo mundo falando, sem proteção. É tão insalubre que nem o ambulatório tem ventilação. Ou seja: pela saliva, pelo ar, nas cadeiras, mesas e headphones revezados entre os turnos, o vírus pode se espalhar. Sem contar o ônibus lotado que todo mundo toma para chegar até o trabalho.
É uma concentração enorme de pessoas, e a empresa não teve nenhuma logística de separação dos locais de trabalho, seguimos aglomerados, sem máscara, sem luvas ou uniformes. A única coisa que dão é o álcool gel. Alguns idosos e mulheres grávidas foram dispensados, e em um primeiro momento imaginamos que iríamos trabalhar remotamente de casa, já que é um serviço que seria possível de ser feito dessa forma, até mandaram a gente pra casa, mas a empresa não deu o suporte de equipamentos e conexão, e logo depois que o Bolsonaro disse na televisão que “o Brasil não pode parar”, mandaram a gente voltar.
Sabemos que tem trabalhadores com suspeita, como todo telemarketing sempre tem gente trabalhando gripado, mas o que importa para a Motiva nesse momento é o lucro deles, não a nossa saúde e nossas vidas”.
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