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IMPEACHMENT DO CRIVELLA | Câmara reacionária rejeita impeachment de Crivella, como combater a ultra direita no Rio?

O prefeito estava utilizando uma milícia pessoal, funcionários de cargos de confiança pagos com dinheiro público, para impedir que a população reclamasse do atendimento e precariedade dos hospitais públicos e que essas denúncias chegassem a imprensa. Mesmo com esquemas escandalosos que têm participação ativa de Crivella enquanto os trabalhadores vivem uma rotina de ataques na saúde, atrasos de salários e demissões os vereadores votaram para protegê-lo novamente.

sexta-feira 4 de setembro de 2020 | Edição do dia

O caso dos “Guardiões do Crivella”, evidencia as prioridades do prefeito que utiliza do dinheiro público para pagar salários chegando a vencimentos de 10 mil, enquanto deixa trabalhadores em diversos serviços de saúde ficarem com os salários atrasados por meses durante a pandemia. Está mais preocupado em garantir que seus capangas façam de tudo para evitar que denúncias venham a público, do que garantir qualquer condição digna de atendimento e trabalho nos equipamentos de saúde.

O Rio é uma das cidades do país que o coronavírus fez mais vítimas, caso fosse um país, seria o 2º com mais mortes no mundo por milhão de habitantes. Isso porque Crivella, Witzel e Bolsonaro não garantiram os testes massivos, faltou EPI´s para os trabalhadores dos serviços essenciais, não houve quarentena adequada para todos e nem condições de tratamento para os doentes. Isso não vem de hoje, de 2016 a 2019, Crivella, que foi eleito com o slogan " vamos cuidar das pessoas", cortou 800 milhões da saúde, demitiu mais de 180 equipes da atenção básica deixando um rastro de precarização e descaso para os profissionais da saúde e toda a população que precisa de atendimento na míngua. Esses profissionais protagonizaram uma forte luta em dezembro de 2019 por seus direitos e esse ano foram achincalhados pelo prefeito. O episódio atual é só mais um do seu histórico contra os trabalhadores e contra a saúde.

Apesar de seu papel em desmascarar esse esquema de Crivella, não podemos ter ilusão nenhuma na campanha da Globo. A emissora já demonstrou em diversos momentos que não está do lado dos trabalhadores, segue apoiando a agenda de ataques contra a classe trabalhadora carioca, defende o subsídio milionário a máfia dos transportes, que aglomera trabalhadores no meio de uma pandemia com um serviço péssimo e caro, chama a Maré de “Bunker de bandidos” e incentiva a repressão nas favelas.

O pedido de impeachment solicitado pela candidata a prefeita do Psol, Renata Souza, foi votado ontem na Câmara dos vereadores. O placar foi de 25 votos contra e 22 a favor do processo de impeachment que foi enterrado pelos apoiadores de Crivella, seguidores da cruzada bolsonarista anti-ciência. Era de se esperar que a corja de políticos igualmente metidos em escândalos e esquemas de corrupção protegeriam Crivella, mas segue sendo urgente que os gravíssimos fatos denunciados sejam investigados. No entanto, existem limites claros nesses mecanismos institucionais para combater a extrema-direita. Não será com esses políticos, que já demonstraram em outras oportunidades que detestam o povo carioca que irão resolver o problema da saúde no Rio.

A aposta de impeachment se tornou algo bastante corriqueiro na esquerda, como uma “resposta a todos os problemas” em todo o último período. No entanto, depois que a direita que queria parecer como “racional”, mas que nunca garantiu testes massivos, demonstrou sua verdadeira face, Bolsonaro, o STF, os militares e o congresso se fecharam ao redor de um pacto. Ou seja, sempre foi um erro depositar confiança nesses setores para barrar a extrema-direita, e assim como no plano nacional, muda os jogadores, mas não muda as regras do jogo, e aqui no Rio, abre espaço para fortalecer, Eduardo Paes que um candidato da burguesia e da Globo.

Para que essas ideias se tornem força material para se enfrentar com a extrema-direita e o regime de conjunto, contra Crivella, Witzel e Bolsonaro precisamos apostar na organização dos trabalhadores com um programa que faça com os que capitalistas paguem pela crise, essas máfias que sempre estão no poder só alternam os políticos para representar seus interesses no balcão de negócios da prefeitura e do governo do estado. A esquerda deveria levantar um programa que prepare uma organização independente frente aos momentos convulsivos que virão no Rio. Por isso, batalhamos pelo confisco de todos os bens de corruptos e corruptores, por um júri popular para casos de corrupção, que todo o político ganhe o mesmo que um trabalhador médio, a laicidade do Estado, por um sus 100% público, atacar no bolso dos capitalistas.




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