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GREVE GERAL | Cadê o DCE da UFRGS que não está organizando a greve geral do dia 30?

A atual gestão do DCE da UFRGS (UJS, PT e independentes) se elegeu, em maio deste ano, perguntando "Cadê o DCE"? Frente à greve geral convocada para o dia 30 de junho, sem nenhuma iniciativa para preparar esta luta por parte da nova gestão, é necessário fazer essa pergunta novamente.

sexta-feira 23 de junho de 2017 | Edição do dia

Embora a pergunta fosse válida, tendo em vista a relativa paralisia da anterior gestão (Juntos!, Alicerce, MAIS, PCB) frente a grandes fatos políticos como o golpe, a nova direção do DCE gera a mesma dúvida: Cadê o DCE? Só que agora o país está às vésperas de uma nova greve geral, que deveria estar sendo construída muito fortemente em cada canto do Brasil, inclusive na universidade.

No dia 28 de abril milhões de trabalhadores cruzaram os braços, mostrando enorme disposição para derrotar Temer e as reformas. No dia 24 de maio, milhares de jovens e trabalhadores marcharam à Brasília e resistiram combativamente à repressão policial. Lá já nos perguntávamos: Cadê o DCE, que não está organizando com peso a ida dos estudantes da UFRGS à Brasília, tampouco uma forte participação no ato que ocorreu em Porto Alegre no mesmo dia?!

Estamos na contagem regressiva para o 30J, até agora não se viu o DCE fomentar a organização da luta nos cursos. Poderia chamar uma assembléia geral dos estudantes da UFRGS (o que não ocorre há anos), utilizando o DCE como uma ferramenta para impulsionar a organização dos estudantes, disputar a consciência de amplos setores, muito além da base de uma ou outra gestão. Porém, nenhuma convocação de assembleia geral foi feita até o presente momento.

Nisso estão muito bem alinhados com o petismo a nível nacional que, além de não estar organizando a luta desde os sindicatos e outras entidades que dirigem, estão boicotando as iniciativas para além da burocracia da CUT ou CTB. Além disso, tiram o foco na luta contra as reformas chamando "Diretas Já!" como a solução dos problemas. Só que votar para presidente não garantirá a derrubada das reformas pois, mesmo com eleições diretas agora ou se forem antecipadas, estes ataques ao nosso futuro ainda estarão na ordem do dia.

Em meio à uma grande crise no governo golpista, sem que as classes dominantes consigam entrar em acordo sobre quem sucederá Temer, a greve geral do dia 30 de junho é decisiva. A juventude e todos os demais setores, inclusive os estudantes da UFRGS, devem estar ao lado da classe trabalhadora nesta luta. É esse o caminho para derrubar as reformas e o governo Temer pelas nossas mãos, e não pelo congresso de corruptos ou pelo justiça burguesa.

Mais do que nunca é necessário tomar a greve em geral em nossas mãos. A Força Sindical e a UGT já declararam sua traição e seu recuo, e CUT e CTB parecem querer seguir pelo mesmo caminho. O DCE da UFRGS tende a aceitar essa decisão sem sequer ouvir o que os estudantes pensam a respeito. Dentro e fora da universidade, é necessário organizar comitês de base que dirijam a luta e exijam com muita força assembleias e fazer com que essa greve geral aconteça.

O último congresso da UNE elegeu mais uma vez a UJS como direção majoritária da entidade. São décadas desta mesma direção parasita, que não organizou nenhum combate contra os cortes dos governos Lula e Dilma e que agora cumpre as orientação de Lula de não incendiar o país contra Temer. Gritam "Fora Temer" nas "dias de festa", mas não constroem a luta nas escolas e universidades onde atuam. Onde dirigem, seja há muito tempo, como no DCE da Universidade de Caxias do Sul, ou há pouco mais de um mês, como no DCE da UFRGS, não convocaram os estudantes a se organizar para lutar contra Temer, não convocaram assembleias gerais ou mesmo assembleias por campus.

Dizem estar combatendo Temer e os golpistas enquanto a ex-presidente da UNE aparece abraçada em José Serra (PSDB-SP), da mesma forma que toda a direção da entidade já apareceu abraçada em outras figuras deste regime político apodrecido, como a rainha do latifúndio Katia Abreu (PMDB) ou mesmo José Sarney (PMDB).

É com esse histórico de conciliação e capitulação que UJS/PT vem paralisando a entidade que deveria ser ferramenta de luta dos estudantes da UFRGS, o DCE. Sem convocar assembleias gerais, sem fomentar discussões políticas sobre a crise atual, sem sequer convocar massivamente os estudantes para o 24 de maio em Brasília ou mesmo para o ato em Porto Alegre. Condicionam a entidade à estratégia dos setores ex-governistas: desgastar Temer para eleger Lula em 2018 ou em eventuais eleições diretas antecipadas.

O DCE precisa estar a serviço de derrotar Temer e as reformas agora! Construir a greve geral em aliança com os trabalhadores concursados e terceirizados da universidade, e também os professores, além de outras categorias de fora da UFRGS. É isso que temos que exigir, nos organizando desde as bases para tomar a greve geral em nossas mãos, e impor essa luta às direções conciliadores em cada local!




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