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29M | CUT quer dividir trabalhadores e estudantes: é preciso unificar forças nas ruas dia 29

Em declaração de seu presidente, a Central Sindical chama o ato de lideranças para o dia 26 em Brasília. Até agora nada se menciona sobre o dia 29 sendo chamado por figuras como Boulos e entidades como a UNE.

Calvin de OliveiraEstudante de Geografia da UFF - Niterói

sábado 22 de maio de 2021 | Edição do dia

Foto: ROBERTO PARIZOTTI/CUT

Em nota publicada em seu site, a CUT manifestou um chamado às suas bases e lideranças por um ato no dia 26 em Brasília por: “Em defesa do auxílio emergencial de R$ 600, contra a fome e a carestia”. Lideranças da CUT e de outras centrais sindicais estarão no ato, enquanto o restante será acompanhado de forma online. Não há uma palavra na nota nem no site da CUT sobre os cortes massivos nas universidades federais.

“É importante que todos os entes da CUT divulguem, assistam, compartilhem a nossa luta no dia 26 de maio pelo auxílio de R$ 600, contra a fome e a carestia. A prioridade, neste momento de pandemia, é garantir vacina no braço e comida no prato da população e, para isso, temos de pressionar cada vez mais os parlamentares no Congresso Nacional e nos estados”, aponta Sérgio Nobre.

Enquanto Nobre aponta para atos virtuais, a União Nacional dos Estudantes junto com figuras de esquerda, como Boulos, e estudantes das universidades federais vem fazendo um chamado ao dia 29 contra os cortes e por Fora Bolsonaro. A UNE que é também dirigida pelo mesmo partido da CUT, o PT e também pelo PCdoB da CTB e do Levante Popular, infelizmente repete a mesma separação que ocorreu em 2019 contra os cortes de Weintraub e a reforma da previdência. Naquele momento os estudantes protagonizaram atos massivos contra os cortes e a UNE e o governo Bolsonaro colocava uma chantagem de que se passasse a reforma da previdência poderia rever os cortes, e na prática a CUT e demais centrais sindicais, junto com a UNE, aceitavam essa chantagem quando separavam estudantes e trabalhadores.

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O presidente da CUT justifica tal medida sanitária pelo peso da educação e as greves e ações de professores contra o retorno inseguro das aulas, mas ao mesmo tempo em nenhum momento, a CUT que dirige a maioria dos sindicatos da educação não organizou lutas reais, onde os trabalhadores tivessem o direito de decidir quando e como retornar às aulas. Sendo que esse retorno já vem se dando tanto na principal cidade do país que é São Paulo, quanto em Araraquara que é governada pelo PT, onde já morreu um professor e em inúmeras cidades. Em São Paulo, a CUT atuou para enterrar a greve, contra atos presenciais e separando a luta dos professores municipais que ainda estão em greve com os estaduais, levando ao retorno inseguro se manter e aumentando as mortes dos professores.

Ao mesmo tempo, Lula, principal figura do partido e para presidente do país em 2022 de acordo com as últimas pesquisas, vem se reunindo com diversas figuras do Centrão e até FHC e Kassab, fica clara a estratégia aqui do PT de desgastar Bolsonaro enquanto prepara terreno para 2022. Separar as datas de mobilização não fortalece a classe trabalhadora, ainda mais se tratando de dias de luta isolados, por fora de um plano mais de conjunto construído nas bases das categorias com assembleias, como hoje podemos ter uma inspiração na Colômbia que põe Ivan Duque na marcha ré.

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A organizações de esquerda como o PSOL, com duas figuras como Boulos e os parlamentares, mas também nos sindicatos e entidades estudantis onde têm peso, deveriam se somar a essa batalha pela unificação de estudantes e trabalhadores, exigindo que as centrais sindicais se somem ao dia 29 e construam essas datas nas categorias. Entretanto, enquanto Boulos se reúne com Lula para planejar 2022, os DCEs dirigidos pelo PSOL e a Oposição de Esquerda(PSOL/PCB/UP) não convocam nem assembleias nas universidades federais e a UP chega ao ponto de votar junto à UJS contra a exigência à UNE para que organize o movimento estudantil em espaços com direito a voz e voto. A batalha que viemos travando como Faísca em casa local onde estamos é pela unificação das forças de estudantes e trabalhadores nas ruas. Nos inspiremos nos colombianos que dizem “Saímos às ruas porque este governo é pior que um vírus!”

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