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CUT e CTB fazem corpo mole enquanto trabalhadores pagam pela crise. Basta de paralisia!

Crise sanitária, desemprego, 19 milhões passando fome no Brasil. Bolsonaro, militares, governadores, STF têm um acordo em comum: descarregar a crise nas costas dos trabalhadores. Frente a isso é urgente que as centrais sindicais rompam com sua paralisia e unifique todas as batalhas em curso em um dia nacional de lutas no 20 de abril.

sexta-feira 16 de abril de 2021 | Edição do dia

O país vive um caos sanitário com milhares de mortes e a fome aumentando. O descontrole da covid e o aprofundamento da crise econômica debilitam Bolsonaro, com sua desaprovação em alta após a crise envolvendo as cúpulas militares, ainda que mantenha seus 30% de apoio popular.

É um fato de que a combinação entre desemprego, caos sanitário, aumento da fome e crise política podem resultar em luta de classes. Frente a isso, como prevenção, os golpistas do STF reabilitaram os direitos políticos de Lula para que ele cumpra o papel de conter e desviar para o terreno eleitoral qualquer tendência à revolta, sem questionar nenhuma reforma contra os trabalhadores que já foram aprovadas. Essa é a mesma justiça que prendeu Lula arbitrariamente e tirou o direito do povo decidir em quem votar em 2018, ajudando a eleger Bolsonaro.

Em meio a esse cenário, frente ao fechamento de um setor da LG que impactará em pelo menos 830 postos de trabalho, trabalhadoras da Suntech, Bluetech e 3C estão em greve desde terça-feira (6) contra as ameaças de demissão que estão sofrendo após o anúncio de que a fábrica não produzirá mais celulares no Brasil. Os trabalhadores da LG deliberaram greve na segunda-feira, 12.

Também é possível ver a luta dos trabalhadores do Metrô de SP, que se reuniram em assembleia virtual para votar um indicativo de greve para o dia 20 de abril em defesa das vacinas para os trabalhadores do Metrô e dos transportes. Fora as batalhas dos rodoviários, que em diversos lugares estão se organizando contra as mortes, demissões, atrasos salariais e desespero que vivem, organizando paralisações, greves e ações, como em São Paulo, Maringá, Campos do Jordão, Bauru, DF e Maceió.

Um dia de luta nacional, que unifique todas as resistências em curso, tem possibilidade de impactar na conjuntura nacional a favor de toda a classe trabalhadora, das mulheres, negros e demais setores oprimidos.

Os trabalhadores de aplicativos também vêm realizando protestos e no dia 16 há um chamado de paralisação em SP, uma ação que certamente será muito mais forte se for unificada com os demais trabalhadores dos transportes. Da mesma forma as lutas poderiam também ser unificada com os aeroviários, que não pararam de trabalhar durante a pandemia, vêm sofrendo muitas demissões e pagando com suas vidas com muitas mortes por covid, ou mesmo com as professoras de São Paulo, que terão que retornar ao chão da escola na próxima segunda-feira de forma totalmente insegura e sem vacina.

Da unidade desses setores podem se desenvolver forças para enfrentar Bolsonaro, os militares, os governadores e o conjunto do regime político golpista, que junto aos capitalistas são responsáveis por toda a tragédia social vivida hoje no país.

As direções sindicais, no entanto, atuam contra essa perspectiva. No caso dos rodoviários, a maioria dos seus sindicatos é dirigido por verdadeiras máfias ligadas às burocracias da UGT e Força Sindical. Essas burocracias fazem de tudo para frear e desviar a insatisfação dos trabalhadores, entregando acordos coletivos, boicotando e evitando espaços de organização. Dividem as lutas dos trabalhadores.

A política de centrais como a CUT, dirigida pelo PT, e a CTB, dirigida pelo PCdoB, não oferece uma alternativa, se limitando a ações simbólicas esporádicas que não são construídas nas bases, como no último dia 24, enquanto esperam 2022 para tentar eleger Lula. No caso das demissões e fechamento de fábrica da LG, está atuando conscientemente para separar as lutas das trabalhadoras da Suntech, Bluetech e 3C da greve dos trabalhadores da LG.

Não podemos esperar. Nossas vidas estão sendo destruídas hoje. Frente a isso, é necessário que a esquerda organize um polo antiburocrático, para exigir a unidade na luta, e junto aos trabalhadores pressionar essas direções sindicais para que rompam com essa política e organizem um plano nacional de lutas, partindo do dia 20.

Essa luta tem que levar em frente um plano emergencial para combater a pandemia, com um auxílio de pelo menos um salário mínimo, liberação remunerda, mais leitos, vacinas para todos com a quebra de suas patentes. Com a organização da nossa classe é possível impor medidas e desenvolver respostas para a pandemia que façam com que a classe trabalhadora pare de pagae pela crise e que a vida seja colocada a frente dos lucros dos capitalistas.




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