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CPI Covid | CPI despista e Congresso aprova ataques: urgente uma greve geral e um plano de lutas dos trabalhadores

Enquanto o teatro da CPI da Covid-19 coloca em cena novos escândalos, desviando e chamando atenção de todos com um discurso de suposta crítica e oposição, estão todos juntos, Bolsonaro, Congresso e Senado correndo para aprovar ataques, privatizações e reformas, diante das incertezas das eleições de 2022.

Lara ZaramellaEstudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

sexta-feira 23 de julho de 2021 | Edição do dia

Senador Omar Aziz (PSD), ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes e o então presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM) - Pedro Ladeira/Folhapress

A situação do Brasil atualmente chama atenção de qualquer um. Seja pela catástrofe da pandemia que segue alcançando números altos de morte e contaminação pela Covid-19, seja pelo desemprego, fome, trabalho precário e a alta dos alimentos. Ou também pelos acontecimentos políticos que confirmam que o Brasil não é pra amadores, com “explosões” que dinamizam a crise política entre Bolsonaro, militares e Congresso, pela via da CPI da Covid, chamando atenção de todos e sendo pauta constante da grande mídia.

Entretanto, com todo esse teatro da CPI se desenvolvendo fica mais claro o objetivo que tem de semanalmente trazer novos escândalos para engrossar e aprofundar a crise política e conflitos entre setores do regime político, tudo isso para ir desgastando Bolsonaro e abrindo caminho para possibilidades - ainda não definidas - para as eleições de 2022.

O que confirma esse jogo que a CPI da Covid tem feito é bastante concreto: enquanto escândalos vêm a tona e as rixas entre Bolsonaro, militares e Congresso crescem, de um lado Lira já deixou bastante claro que não tem intenção nenhuma de seguir com os pedidos de impeachment; de outro, vemos todos esses setores juntos no avanço de importantes ataques, como a Reforma Tributária, Reforma Administrativa, privatização da Eletrobrás e dos Correios.

Diante das incertezas do desenvolvimento e resultado das eleições de 2022, para todos eles uma coisa é certa: a importância e necessidade de fazer com que todos os ataques passem o mais rápido possível.

Na verdade, isso não é tão novidade nem chocante. Apesar de fazerem discursos calorosos contra Bolsonaro e seu governo, políticos que compõem a CPI da Covid, o Congresso e Senado, fazem parte de partidos (MDB, PSD, Rede, etc.) que foram fundamentais para o golpe institucional de 2016 que pavimentou o caminho para as eleições de Bolsonaro, assim como a aprovação de importantes ataques como a Reforma Trabalhista e da Previdência.

Todos estão unificados para aprovar mais ataques aos trabalhadores, aumentando nossas contas de luz e gás, subindo o preço dos alimentos básicos, cortando e flexibilizando contratos de trabalho, aumentando o emprego informal e precário, além do próprio desemprego. Enquanto isso, salvam a pele, a vida e os lucros dos grandes empresários capitalistas.

É por isso que é urgente que os trabalhadores se organizem e deem uma resposta que ataque o lucro deles, aquilo que mais protegem. Precisamos parar tudo, construir uma greve geral que faça todos nossos inimigos tremerem com nossa força. E a serviço disso deve estar o ato do dia 24 de julho, assim como todas as mobilizações que viemos fazendo nas ruas.

Leia mais: Sem confiança na CPI da Covid! Neste 24J, lutar por Greve Geral contra Bolsonaro e Mourão

As direções de trabalhadores, das centrais sindicais, como a CUT e a CTB, dirigida pelo PT e PCdoB, têm essa responsabilidade. Vemos a tentativa de privatização dos Correios e nada fazem para organizar os trabalhadores desta e outras categorias. Basta de atos espaçados que juntam nossa força nas ruas para um palanque eleitoral que vê na eleição de Lula em 2022 a solução de nossos problemas, enquanto estamos perdendo vidas agora e enquanto Lula declara que vai privatizar a Caixa e que perdoa militares e golpistas de 2016, deixando claro seu objetivo de administrar o regime político.

É preciso que construam assembleias de base em cada local de trabalho para verdadeiramente organizar os trabalhadores contra todos os ataques que têm sido aprovados em comum acordo entre todos os atores deste regime, construindo um plano de lutas e uma greve geral que derrote Bolsonaro, Mourão e todos os ataques.

Para revogar e barrar todas as reformas, privatizações e ataques que estão sendo despejados sobre nós, para questionar as regras do jogo político que envolve o teatro da CPI da Covid-19, ameaças golpistas dos militares, proposta de semipresidencialismo, dentre outros absurdos, defendemos uma nova constituinte imposta pela nossa força e luta, podendo levar adiante nossas decisões e assumindo a luta por um governo de trabalhadores de ruptura com o capitalismo.




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