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ARGENTINA | COVID-19: universitários argentinos fabricam máscaras para colaborar com a crise sanitária

São estudantes e professores do Instituto de Educação Superior Nº 11 na cidade argentina de Jujuy. Tomando as medidas de segurança, este caso de solidariedade se tornou conhecido frente a falta de insumos para enfrentar a pandemia do coronavírus. Uma resposta oposta aos anúncios punitivistas do governo municipal.

quinta-feira 19 de março de 2020 | Edição do dia

No Instituto de Educação Superior Nº 11 da cidade de São Salvador de Jujuy, na Argentina, por iniciativa de professores, estudantes e recém-formados da carreira do curso técnico superior em Desenho e Produção de Indumentária e Desenho Regional, se iniciou a fabricação de máscaras para distribuir ao pessoal da saúde das diferentes repartições do Ministério de Saúde da província.

Por questões de higiene e segurança, só participam nove pessoas, que já fabricaram 300 máscaras, como parte desse projeto que chamaram “Produção de Máscaras reutilizáveis e resistentes”, as quais não estão destinadas a serem comercializadas, e sim a colaborar com os trabalhadores da saúde que estão atendendo nos hospitais e postos de saúde sem os recursos materiais necessários para preservar sua própria saúde.

É uma importante amostra por parte da comunidade educativa, um exemplo a ser seguido pelos Centros Acadêmicos e sindicatos docentes, em coordenação com as repartições de saúde e estatais, como os trabalhadores da recolecção e do transporte que hoje realizaram medidas de força para poder obter só alguns insumos para se proteger.

Com essa iniciativa se mostra uma resposta completamente oposta à do governador da província de Jujuy, Argentina, Gerardo Morales, que diante da pandemia ainda não anunciou medidas sanitárias nem econômicas, e sim optou por um discurso punitivista, assegurando que “não importa se tivermos que prender meio mundo”, culpando as pessoas de irresponsabilidade, para justificar suas medidas baseadas em multas e prisão.

Os trabalhadores e estudantes começaram a mostrar um exemplo e é preciso transforma-lo em uma experiência generalizada em que estudantes e professores dos cursos superiores, técnicos e básicos possam ser parte de discutir e levar adiante um plano de emergência aportando não somente com máscaras, como neste caso, mas também produzindo álcool em gel, discutindo qual é o estado do sistema de saúde e quais medidas e recursos são necessários, controlando coletivamente para que um plano seja executado.

A única forma de que medidas sejam tomadas a essa altura da pandemia, é defender a realização de testes massivos, a instalação de camas de terapia intensiva (UTI) e de respiradores artificiais em quantidades para atender os afetados; ou inclusive pensar respostas econômicas para milhares de trabalhadores que serão afetados em seus trabalhos e ingressos. Essas e demais medidas somente acontecerão se os trabalhadores, as mulheres e a juventude se organizarem e forem protagonistas de arrancar cada uma delas.

Os recursos e orçamento para isso só podem vir do não pagamento da dívida ao FMI, de impostos progressivos às grandes empresas e proprietários de terra, o que em Jujuy, na Argentina, significaria, por exemplo, impostos a empresas como Ledesma y às tabaqueiras que além de tudo recebem subsídios milionários.
É responsabilidade do Estado e dos governos garantir estas medidas, se não são capazes de levar adiante esse plano é preciso que nos preparemos para dar uma resposta própria nossa, dos trabalhadores, das mulheres e da juventude.

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