×

TRAGÉDIA MARIANA | CEOs da Samarco são afastados mas presidente da Vale segue

Flavia ValleProfessora, Minas Gerais

quinta-feira 28 de janeiro de 2016 | 00:33

Após indiciamento das empresas Samarco, Vale e VogBR e de sete CEOs e técnicos dessas empresas devido a crime ambiental, o diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi e o diretor de operações, Kleber Terra, foram afastados de suas funções no dia 20/01.

Em comunicado oficial, a empresa informou que o pedido de afastamento teria sido iniciativa dos próprios diretores: “Após concluídas as primeiras etapas de atendimento emergencial do acidente, os executivos acreditam que o licenciamento temporário é importante para que possam se dedicar às suas defesas”, diz a nota.

A empresa VogBR, uma das indiciadas, é a empresa que fez a avaliação de estabilidade e segurança da barragem de Fundão nos últimos três anos. Não há até agora nenhuma explicação do motivo pelo qual a outra empresa dona da Samarco, a BHP, não tenha entrado também como indiciada.

O afastamento de dois alto executivos da Samarco é uma medida de resguardo da empresa que está no olho do furacão da maior tragédia ambiental do país que também serve para aparecer como uma resposta a tamanho estrago. Porém, não passa de golpe de efeito já que os principais executivos da Vale e da BHP seguem livres e com seus bens assegurados.

Além disso, Murilo Ferreira, presidente da Vale, mantêm-se como interlocutor do governo de Dilma Rousseff, como na reunião ocorrida em 18/01 entre a presidente, os governadores de Minas Gerais e do Espírito Santo, os ministros da Casa Civil e meio ambiente e da Advocacia Geral da União. Nessa reunião foi acordada a participação da Vale e da BHP num fundo para a reconstrução do entorno de Mariana e para revitalização da bacia hidrográfica do rio Doce.

Porém, colocar empresários enlameados do dedão do pé até o último fio do cabelo com uma tragédia sem precedentes no país para gerir um fundo de uma destruição causada por eles é apenas mais uma resposta para seguir no Brasil o domínio dos interesses dos empresários que espoliam nossas riquezas.

A prisão junto ao confisco dos bens desses poderosos de empresas como a Vale junto a sua reestatização sob controle dos trabalhadores seria capaz de evitar novas tragédias e o aprofundamento da espoliação mineral subordinada a interesses imperialistas, e permitir uma planificação da produção por fora da lógica capitalista que engendra novas tragédias a custo da exploração dos homens e mulheres por outros homens e mulheres.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias