No ranking, com 10 países, elaborado em relatório do Banco Credit Suisse, o Brasil teve maior desigualdade, medida pelo Índice de Gini. Em 2020, durante a pandemia, concentração de renda no 1% mais rico aumentou em 2,7%.
terça-feira 22 de junho de 2021 | Edição do dia
(Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Os dados são do Relatório de Riqueza Global, elaborando pelo banco Credit Suisse. Segundo o relatório, em 2020 o 1% mais rico do Brasil detinha 49,6% da riqueza total do país, contra 46,9% em 2019. No ranking, só na Rússia e na Índia o 1% concentra mais riqueza.
No entanto, o índice de Gini brasileiro foi de 89, contra 88,2 em 2019. Dessa maneira, fica em primeiro lugar do ranking de desigualdade, seguido por Rússia (87,8) e Estados Unidos (85). O índice de Gini varia de 0 a 100, e quanto maior, maior a desigualdade.
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Esses dados vem no contexto de queda das condições de vida para a grande maioria da população brasileira, com diminuição no consumo. Além disso, a desigualdade no mundo também vêm crescendo.
Segundo o mesmo relatório, os milionários representam 1,1% dos adultos mundiais, cerca de 56 milhões de pessoas, porém concentram US$ 191,6 trilhões, ou seja 45,8% da riqueza total. Enquanto aqueles que possuem menos de 10 mil dólares, que são 55% dos adultos, possuem apenas 1,3% da riqueza, cerca de US$ 5,5 trilhões.
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O relatório afirma que esse aumento da concentração de renda é devido, em grande parte, as políticas dos governos capitalistas durante o ano de 2020, que injetaram trilhões de dólares nos mercados financeiros e em ajuda aos bancos, inflando o preço de ações e outros ativos financeiros, mesmo enquanto os salários diminuíam e o desemprego aumentava.