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CORONAVÍRUS | Brasil é país com maior taxa de contágio do COVID-19: Precisamos de testes massivos já!

quarta-feira 29 de abril de 2020 | Edição do dia

O Brasil é o país do mundo que mais transmite o novo coronavírus entre sua população. Segundo dados analisados pelo Imperial College de Londres, e publicados pelo portal do jornal A Folha de S. Paulo, o Brasil tem a maior taxa de contágio entre os 48 países estudados.

O indicador utilizado na análise, chamado de “R”, indica que cada contaminado no Brasil transmite o vírus para cerca de 3 pessoas (o número exato é 2,81 para cada contaminado).

O dado é bastante ilustrativo de quais as consequências não só da política negacionista de Bolsonaro, preocupado em salvar a economia enquanto enterra vidas da classe trabalhadora, mas também da ausência de qualquer política minimamente necessária dos governadores, que apostam única e exclusivamente no isolamento social, mas mantém níveis absurdos de subnotificação do coronavírus.

As altas taxas de reprodução do vírus podem ser diretamente conectadas com a falta de testes e de condições de atendimento nos hospitais públicos. E por consequência, alimenta a sobrecarga no sistema público.

Em diversos hospitais do país, pacientes são enviados para casa, com sintomas do COVID-19, e sem serem testados, podendo estar transmitindo o vírus. Segundo estudo feito por pesquisadores da USP e da UnB, publicado no Esquerda Diário no dia 23 de abril, os casos do novo coronavírus no Brasil poderiam ser 15 vezes mais do que os números oficiais, o que indica o enorme fosso de subnotificação que nos encontramos.

As consequências da subnotificação são bastante óbvias. Enquanto os governos ordenam que as pessoas fiquem em casa, num isolamento que sabidamente não é para todos, e que muitos seguem trabalhando, não se testa de forma massiva, e não se mapeia o vírus realmente.

Isso sem contar os diversos hospitais da rede pública onde há denuncias de trabalhadores da saúde por falta de EPIs para trabalhar em segurança, o que aumenta brutalmente a chance de que os médicos se contaminem, arriscando ainda mais suas vidas, e podendo também transmitir o vírus para outros pacientes.

Em diversos países os governos tem considerado que só é possível flexibilizar medidas de restrição ao contato social se a taxa de reprodução estiver abaixo de 1 (ou seja, de que cada contaminado transmita, em média, para uma pessoa, ou menos). Enquanto isso, no Brasil, Bolsonaro faz política para que se abram os comércios, e se rife a vida de milhões, as patronais em diversos lugares seguem com suas atividades funcionando, sem fornecer nem o mínimo EPI para seus funcionários. E os governadores mantém sua política assassina de subnotificação.

Não podemos confiar que apenas o isolamento social irá impedir o vírus de se espalhar. Já fica claro pelas condições em vários estados que essa política é ineficaz. Em Manaus, o sistema público já colapsou. No Rio de Janeiro já praticamente não há vagas e UTI, e em outros estados começam a haver filas por leitos de tratamento intensivo.

Por isso é necessário que se teste massivamente a população. Desde o início da pandemia e do isolamento social, o governo federal, e também os governos estaduais falam em aumentar os números de testes diários. E até agora, nada. Nenhum aumento substancial, e a subnotificação segue. Precisamos exigir que hajam testes para todos os profissionais da saúde, para impedir de perdermos mais combatentes na linha de frente.

Da mesma forma, é preciso colocar todas as forças possíveis para testarmos massivamente. Na Unicamp a produção de um teste rápido por pesquisadores mostra que nossas universidades públicas poderiam estar cumprindo um papel protagonista em atender as necessidades da população.

Sem testes massivos, estaremos mantidos no fosso de uma subnotificação que será usada por todos os governos para limparem suas próprias caras, enquanto salvam os capitalistas e enterram a vida de milhares de trabalhadores.




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