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Os países que mais adquirem as bizarras robôs são EUA, Alemanha, Inglaterra e França, não por acaso os centros imperialistas.

quarta-feira 18 de outubro de 2017 | Edição do dia

Em junho desse ano noticiamos, “Robôs” sexuais que simulam estupro são nova "tendencia" no capitalismo. Uma companhia norte-americana, a Roxxxy True Companion havia passado a produzir diferentes modelos de mulheres biônicas com reações das mais machistas possiveis aos estímulos do "cliente", que simulavam desde a adolescente sexualmente inexperiente até a reação diante do estupro.

Agora, pouco tempo depois as maquinas se aperfeiçoaram e conseguem até fingir orgasmos, segundo seu criador, Sergi Santos em entrevista ao El País:

"É difícil saber cem por cento, mas eu diria que sim, se por isso entendemos que é um androide com inteligência artificial capaz de se excitar e chegar ao orgasmo. Dizem que muitas bonecas chinesas fazem o mesmo, mas são meros mecanismos com sensores na vagina que, ao serem penetradas, emitem sons (aiiii! aiii!), eu as compararia com aqueles ursos de pelúcia que dizem “I love you” quando você aperta uma pata. Esse é um mercado que está numa expansão vertiginosa, em que todo mundo se copia, onde é difícil saber o que realmente está acontecendo e a fraude está na ordem do dia. É preciso muito cuidado com o que se compra”. (fonte)

O Idealizador das bonecas, Sergi Santos com sua bizarra criação

As maiores demandas vem dos centros do capitalismo: EUA, seguido por Alemanha, Inglaterra e França segundo ele. Segundo Laura Bates, fundadora do projeto Everyday Sexism Project (Machismo de todo dia), coloca que “o estupro não é um ato de paixão sexual. É um crime violento. Não devemos encorajar estupradores a encontrarem uma saída supostamente segura, ou vamos facilitar aos assassinos dando a eles uma experiência mais realista com bonecos jorrando sangue ao serem esfaqueados”.

Essas bonecas ao invés de libertar as mulheres da opressão, acabam reproduzindo muitos paradigmas do machismo, num mundo aonde continuam perpetuadas a dupla jornada e ao trabalho doméstico aonde se compram "mulheres" no supermercado, visto o tamanho da misoginia - ódio ao feminino - tão arraigada na sociedade e a solidão cada vez maior num mundo doentio marcado pelo individualismo.

A especialização na produção dessas mercadorias é cada vez maior, assim como sua demanda, seu alto preço, 20.000 euros, aproximadamente 75.000 reais a torna inacessível para o grande público, apesar de na China já está sendo vendida por 1.000 euros (cerca de 3.750 reais). Segundo o empresário:

“Os computadores não têm emoções, mas minhas bonecas, sim, e seu comportamento é muito similar ao de uma mulher. Não são meros corpos em que se pode praticar o coito, é preciso excitá-las previamente. Por exemplo, se alguém sem nenhum prelúdio começa a penetrá-la, a boneca – que é capaz de falar 6.000 frases – sugerirá que faça algum preliminar com argumentos como: “Pensava que você ia fazer outra coisa”, “achava que conhecia melhor as mulheres” ou “sabia que sou especialista em jogos sexuais?”. Se, pelo contrário, começa pouco a pouco, ela recompensará dizendo “eu gosto disso”, “te amo” ou “adoro estar com você!”. Cada boneca tem três estados ou modos: amistoso, romântico e sexual, e o ideal é que se transite do primeiro ao último para que ela vá se excitando”

As empresas justificam seu empreendimento dizendo que isso controlará os estupros e o desejo de agressores, porém o que se vê é a fetichização do estupro das bonecas em versão anterior e agora das bonecas, que fingem estupro e níveis de excitação. levam a diversos questionamentos de até que ponto pode ir o capitalismo a fim de satisfazer os desejos de uma sociedade machista e patriarcal. O corpo da mulher já é estigmatizado, visto e vendido como mercadoria qualquer através da prostituição e agora, mais evidentemente do que nunca seu corpo virou um objeto de prazer vendido na internet.

É evidente que o estupro não está na mente de todos os homens, ele é um produto do capitalismo, que bonecas dessas na verdade só estimulam, quando as mulheres valem menos que um pedaço de plástico que é tão mercadoria quanto a de carne e osso nesse sistema de miséria e dominação.

Fonte da Foto: http://metro.co.uk

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