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ATAQUES À EDUCAÇÃO | Bolsonaro vai cortar verbas de cursos de filosofia e sociologia, perseguindo pensamento crítico

Bolsonaro anunciou em seu Twitter que irá atacar as verbas de cursos de humanas como sociologia e filosofia, para reforçar cursos que são “rentáveis” para os capitalistas: medicina, veterinária e engenharia. Uma clara ofensiva ideológica e econômica contra a universidade e juventude.

sexta-feira 26 de abril de 2019 | Edição do dia

Bolsonaro publicou em sua conta oficial do Twitter, hoje (26) pela manhã, que irá atacar as verbas das universidades públicas, em especial dos cursos de humanas e filosofia. Nas palavras do reacionário Bolsonaro, ele irá descentralizar as verbas destes cursos e focar em áreas que “deem retorno imediato” como veterinária, engenharia e medicina. Este ataque de Bolsonaro representa para além de um programa de governo que buscará atacar e sucatear as universidades públicas, uma verdadeira ofensiva ideológica contra os cursos de humanas e o pensamento crítico.

A concepção de universidade expressa pelo presidente, desde sua escolha do ex-Ministro da Educação, Ricardo Veléz, é voltada completamente para o lucro dos grandes empresários e de apoio unilateral aos cursos que historicamente são mais elitizados. Sua aliança com a “classe dos médicos” (que se restringe a um setor reacionário na área da medicina) não é uma novidade: em sua campanha, Bolsonaro gravou um vídeo onde afirmava que colocaria os médicos cubanos para fora do país. O programa “mais médicos”, alvo de crítica pelas castas mais reacionárias, higienistas e racistas dos médicos, foi alvo de perseguição desde seu primeiro dia no país, quando os trabalhadores aterrissaram no aeroporto.

Para Bolsonaro, as universidades públicas de modo geral se transformaram em um “antro de comunistas”, uma fábrica daquilo que ele, os militares e a burguesia mais detestam desde a ditadura: a força da juventude nas ruas. O movimento estudantil, que foi linha de frente na luta contra a ditadura militar, mostrou sua força histórica de questionamento e combate ao regime militar. Além disso, durante toda a campanha eleitoral de Bolsonaro, a juventude deu um grande exemplo de luta contra o presidente reacionário, sofrendo perseguições com o autoritarismo judiciário, como o caso emblemático da retirada da faixa contra Bolsonaro e até prisão dos alunos da Universidade Federal Fluminense (UFF).

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Sob comando de figuras da extrema direita e seus apoiadores militares e juízes, o governo Bolsonaro não quer fazer retroceder apenas o espaço acadêmico e sua construção política, como ambiente para construção do livre pensar. Bolsonaro afirma abertamente que deseja uma "garotada que comece a não se interessar por política" pois sabe a força que os jovens têm. Ele deseja perseguir a juventude que se organiza e que se levanta contra os ataques e ajustes de seu governo, reforçando as áreas de conhecimento que são historicamente valorizadas e elitizadas, se apoiando no aprofundamento do sucateamento dos cursos de humanas, para atacar duplamente a juventude.

É necessário que a juventude, diante dos ataques de Bolsonaro, retome a força do movimento estudantil que se ergueu contra a ditadura militar e que se espelhe no Maio de 68, construindo um movimento em aliança com os trabalhadores, que é crucial para que os ataques do governo e a luta contra seus ajustes e as ofensivas possam ser enfrentados em base a um programa que consiga responder a demanda de todos os setores.

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A poucos meses do congresso da UNE (CONUNE), é urgente que todos os centros acadêmicos e diretórios acadêmicos se coloquem a construir uma força orgânica de estudantes, que ao lado dos trabalhadores, possam oferecer uma resposta ao desemprego, precarização do trabalho, aos ataques aos direitos legítimos e às condições de vida da população, lutando por um ensino que forme seres críticos que queiram que todo o conhecimento das universidades se volte à população, e não sirva para projetos de empresas como vemos que é hoje. Enfrentando, a partir disso, os projetos de governos federais e estatais, bem como os projetos de gestão de reitores alinhados com a extrema direita para fazer com que os trabalhadores e juventude pague pela crise dos patrões.




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