quinta-feira 11 de abril de 2019 | Edição do dia
No dia de hoje (11/04) Bolsonaro mais uma vez demonstrou sua empatia seletiva. Diante da condenação de Danilo Gentili por crime de injúria contra a deputada federal Maria do Rosário (PT), que também foi vítima do próprio Bolsonaro, o presidente machista prontamente publicou no twitter sua solidariedade ao comediante. Enquanto isso Bolsonaro segue guardando um criminoso silêncio em relação a execução de Evaldo Rosa dos Santos pelos militares.
A denúncia foi motivada por um vídeo publicado por Gentili nas redes sociais em 2016, no qual ele rasga uma intimação judicial e, em seguida, coloca o papel picado dentro das calças. Além disso, o humorista publicou uma série de tuítes chamando a deputada de “falsa”, “cínica” e “nojenta”.
Me solidarizo com o apresentador e comediante @DaniloGentili ao exercer seu direito de livre expressão e sua profissão, da qual, por vezes, eu mesmo sou alvo, mas compreendo que são piadas e faz parte do jogo, algo que infelizmente vale para uns e não para outros.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 11 de abril de 2019
Enquanto reivindica o direito de livre expressão em defesa de Gentili, Bolsonaro se cala em relação aos 80 tiros disparados pelos militares contra uma família negra. Seu silêncio se deve a sua cumplicidade no crime. O presidente, desde antes de sua eleição, sempre pautou seu discurso pela defesa do "gatilho fácil", uma de suas promessas de campanha aliás era a aprovação do excludente de ilicitude para os policias e militares poderem combater o crime apropriadamente, pois "bandido bom é bandido morto". Esse discurso de Bolsonaro - que para mais do que mero discurso busca torna-se lei com o pacote anticrime de seu Ministro da Justiça, Sergio Moro, que concede a licença para matar aos policiais - deixa seu rastro de sangue pelo Brasil afora, nesse ano o número de assassinatos cometidos pela polícia cresceu em diversos estados. No Rio de Janeiro esse discurso de ódio conta ainda com o apoio virulento do governador do estado Wilson Witzel, autor da frase : "a polícia vai mirar na cabecinha...". Bolsonaro, Moro e Witzel tem suas mãos manchadas do sangue negro e operário dos milhares de assassinados pela polícia e exército.