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VACINA | Bolsonaro quer isentar Estado da responsabilidade por efeitos da vacina, junto à Pfizer que irá lucrar bilhões

Plano de vacinação de Bolsonaro assegura bilhões para a indústria farmacêutica, mas quer que os trabalhadores que irão se vacinar assinem um termo de responsabilidade isentando o Estado e a Pfizer de possíveis efeitos colaterais da vacina.

terça-feira 15 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Foto: Adriano Machado/Reuters

Bolsonaro lança ainda hoje (15) nova medida provisória que indica o plano de vacinação para covid-19 a se iniciar em 2021. O valor anunciado para compra das vacinas é de 20 bilhões de reais, que serão destinados às empresas privadas Pfizer e BionTech.

Ao passo que a indústria farmacêutica já lucra bilhões com o desenvolvimento e produção das vacinas, milhões de brasileiros, principalmente os mais pobres, serão privados da imunização, assim como são privados dos testes, do isolamento e dos cuidados sanitários. O país está submetido à disputa política dos opostos setores desse regime golpista que coloca em jogo a vida da população.

Bolsonaro defende a não obrigatoriedade à vacinação e se recusa a comprar os insumos produzidos pelo Sinovac chinês que estão sendo produzidos no Instituto Butantã, ao mesmo tempo em que o governador João Doria, principal oponente do governo na gestão da pandemia, se utiliza de discurso autoritário propondo recorrer a medidas legais contra quem se negar a vacinação. Seu discurso demagógico de preocupação com a vida da população mascara todas as políticas e reformas defendidas pelo tucano durante a pandemia e em todos os momentos de seu governo.

O presidente negacionista declarou que a vacinação não será obrigatória e que no protocolo de vacinação irá incluir a obrigatoriedade da assinatura de um termo para todos os que quiserem ser vacinados, isentando o estado da responsabilidade por qualquer consequência que a vacina possa trazer aos indivíduos. Ele se apoia na declaração da própria empresa estadunidense Pfizer que diz não se responsabilizar por possíveis efeitos colaterais. O presidente não quer se responsabilizar caso algo saia errado mas não faz nenhum investimento nas pesquisas para o combate à Covid-19, muito pelo contrário, desde que foi eleito vem atacando a ciência de todas as formas.

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Diante disso, todos os setores lucram, se apoiam na pandemia para ao mesmo tempo que atacam os trabalhadores, fazer política, cada um a sua maneira, e se localizar “bem” já visando as eleições de 2022. O central é que nenhum deles vai garantir a imunização para todos. Devemos batalhar para que nossas vidas e mortes não estejam a serviço dessas disputas políticas e dos lucros dos monopólios que brigam pelos bilhões oferecidos pela vacina, e sim que ela tenha produção estatal, sob controle e fiscalização das organizações de trabalhadores da saúde e científicas, e distribuição rápida e massiva para todos. Que seja garantida a mais ampla liberdade de pesquisa e divulgação de resultados, e o acesso gratuito e massivo aos testes e todas as demais medidas, equipamentos e condições de prevenção e tratamento contra a Covid-19, um SUS 100% estatal e centralizado sob controle dos e das trabalhadoras, para que possa servir à população e não aos lucros dos grandes empresários.




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