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Bolsonaro quer acabar com a Funai e agravar o genocídio e apagamento indígena

Na quinta feira 6, o governo de transição Bolsonaro anunciou que a Funai (Fundação Nacional do Índio) será extinta, passando a se incorporar ao Ministério das Mulheres, Família e Direitos Humanos, aprofundando os ataques que a organização já vinha sofrendo no governo Temer.

sexta-feira 7 de dezembro de 2018 | Edição do dia

O ataque vem da pressão que tem feito as bancadas ruralista e evangélica a fim de desterritorializar totalmente os índios que até hoje lutam por demarcação. Antes de ser eleito, Bolsonaro já afirmava que não daria “nem um centímetro de terra para o indígena”.

Bolsonaro chama esse maquiavélico projeto de “emancipação”, mesma expressão usada na ditadura militar no Estatuto do Índio, de 1973, em que permitiria que o índio receba títulos das terras para que possa arrendá-las ou “até mesmo vendê-las” declarou ele. A medida é proibida por lei, ou seja, aprovar algo nesse sentido seria ilegal, passando por cima da legislação.

Ao permitir esses títulos, os índios poderiam sofrer pressão, ameaças e diretamente ainda mais violência do que já sofrem para vender suas terras aos grandes ruralistas e continuarem sem seu próprio território resguardado. Forçando-os a abandonarem essas terras e consequentemente sua cultura, sendo obrigados a viver nas grandes cidades, como Bolsonaro já afirmou ser seu desejo. “Eles querem ser como nós”, disse ele; ignorando as centenas de anos de cultura que carrega esse povo.

Os grupos ruralistas têm, ainda, pressionado a Funai a rever o tamanho de algumas terras demarcadas, o que seria considerado o maior ataque aos direitos dos índios desde a ditadura. Estão na mira, por exemplo, as terras Karipuna (RO) e Apyterewa (PA), agravando ainda mais o genocídio e apagamento indígena.

Já os evangélicos têm pressionado o órgão para terem liberdade de criar “estudos” nessas áreas e também "os evangelizar" (!!!). Isso já aconteceu na história, durante a colonização do Brasil e resultou em milhões de mortes devido à resistência indígena; e no apagamento e extinção de centenas de tribos existentes antes da invasão portuguesa. Com esse novo ministério, a Funai ficaria subordinada a uma pastora evangélica, Damares Alves.

A influência evangélica até mesmo na decisão de demarcação de terras, evidencia a necessidade de se levantar fortemente uma campanha pela separação da igreja e do estado que é laico em teoria, mas essa é a prática.

A medida vem provocando intensa agitação indígena. É necessário, mais do que nunca, se organizar para resistir e revidar à sede de lucro dos grandes ruralistas e capitalistas que vendem as riquezas naturais do país para o imperialismo desmatar ainda mais, passando por cima dos nossos corpos, nossa história e cultura.




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