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Irmandade do ódio | Bolsonaro na Hungria: mentiras sobre Amazônia, xenofobia e irmandade com Orbán

A parada de um dia em Budapeste teve direito a agenda com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, um dos principais expoentes da extrema-direita mundial. Após o encontro, Bolsonaro chamou o premiê húngaro pelo cosmo bolsonarista de "irmão", destacou a comunhão de valores entre os governos e utilizou uma frase de inspiração fascista. "Deus, pátria, família e liberdade", que acrescentou "liberdade" ao lema da Ação Integralista Brasileira.

sexta-feira 18 de fevereiro de 2022 | Edição do dia

Foto: Bernadett Szabo/Reuters

Em declaração à imprensa nesta quinta-feira (17/02), ao lado do primeiro-ministro da Hungria Viktor Orbán, em Budapeste, Bolsonaro mentiu sobre a Amazônia e disse que o Brasil não destrói a floresta. Ele deu a declaração ao mencionar que, antes de estar com Orbán, conversou com o presidente húngaro, János Áder. E que, nessa conversa, o assunto Amazônia surgiu à tona.

"Há pouco conversei também com o presidente da Hungria, ele se focou muito mais na questão ambiental. Eu tive a oportunidade de falar para ele o que representa a Amazônia para o Brasil e para o mundo. E muitas vezes as informações sobre essa região chegam para fora do Brasil de forma bastante distorcida, como se nós fôssemos os grande vilões no que se leva em conta a preservação da floresta e sua destruição, coisa que não existe", cinicamente afirmou Bolsonaro.

"Nós preservamos 63% do nosso território. E não se encontra isso em praticamente nenhum outro país do mundo. Nós nos preocupamos até mesmo com o reflorestamento, coisa que não vejo nos países da Europa como um todo. Então, essa informação, essa desinformação passa para o lado de um ataque à nossa economia que vem obviamente em grande parte do agronegócio", continuou a mentir o mentecapto.

De acordo com dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o desmatamento na Amazônia em 2021 foi o maior em 10 anos. Como divulgamos aqui. De acordo com dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do órgão, que monitora a região com imagens de satélites, 10.362 km² de mata nativa foram destruídos de janeiro a dezembro do ano passado, o que equivale à metade do estado de Sergipe. A devastação em 2021 foi 29% maior que no ano anterior.

Além disso, segundo números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia teve recorde de alertas de desmatamento em janeiro de 2022. Foi o pior janeiro desde 2016, quando começou o monitoramento.

A parada de um dia em Budapeste, hoje, teve direito a agenda com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, um dos principais expoentes da extrema-direita mundial e principal responsável pela guinada autoritária vivida pelo país europeu.

Após o encontro, o presidente brasileiro chamou o premiê elogiado pelo cosmo bolsonarista de "irmão", destacou a comunhão de valores entre os governos e utilizou uma frase de inspiração fascista. "Deus, pátria, família e liberdade", disse o presidente, que acrescentou "liberdade" ao lema da Ação Integralista Brasileira (ABI).

Ainda teve tempo do primeiro-ministro húngaro fazer um discurso de tom xenofóbico e citou convergências de valores com o chefe do Executivo brasileiro. "Gostaríamos muito de preservar nossas raízes e a imigração na verdade não colabora muito para essa questão, de manter essas raízes estabelecidas", colocando claramente ser contra os imigrantes.

Bolsonaro ainda voltou a acenar para uma falsa relação entre sua chegada à Rússia e a retirada de parte das tropas russas da fronteira com a Ucrânia, acreditando ter sido responsável pela "pacificação": "Coincidência de ainda estarmos em voo para Moscou, e parte das tropas russas serem desmobilizadas da fronteira. Entendemos, sendo coincidência ou não, ser um gesto de que a guerra não interessa a ninguém".




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