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Eleições 2022 | Bolsonaro mente sobre Fundão Eleitoral, lei obriga piso de R$ 800 milhões (e não R$ 4 bi)

As lorotas de Bolsonaro costumam durar pouco. Essa do fundão não foi diferente. O presidente afirmou, dia desses, aos apoiadores do cercadinho, que a lei o obrigava a conceder cerca de R$ 4 bilhões ao Fundão Eleitoral, caso contrário incorreria em crime de responsabilidade. Mas órgão técnico da Câmara afirmou que as leis obrigam um piso de R$ 800 milhões.

quarta-feira 28 de julho de 2021 | Edição do dia

[Nessa segunda-feira, Bolsonaro foi ao cercadinho do Planalto fazer sua usual esculhambação matinal. Após urras de um de seus seguidores, Bolsonaro explicou pacientemente que era obrigado a sancionar apenas uma parte do fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, pois senão “incorreria em crime de responsabilidade” e sofreria impeachment.

  •  Leia mais sobre o tema com nosso colunista Willian Garcia

    Mas era mentira! A lorota primeira foi dizer que vetaria o Fundão, mas o centrão falou mais alto. A lorota segunda foi dizer que era obrigado por lei. Bem capaz, como diriam os gaúchos! A Consultoria de Orçamento e Fiscalização da Câmara dos Deputados emitiu um parecer que diz que há duas leis vigentes que tratam do tema e que determinam, na verdade, que sejam pelo menos R$ 800 milhões para as campanhas políticas de 2022. Entre 800 milhões e 4 bilhões há um abismo que só não é maior do que os agrados de Bolsonaro ao centrão.

    Nas eleições de 2020, o valor ficou em R$ 2 bilhões. Aí o Congresso aprovou o aumento para R$ 5,7 bilhões, com todo o apoio do bolsonarismo (entre eles o filho Eduardo, o garoto de recados gaúcho Bibo Nunes, a amiga de nazistas Bia Kicis, e outros). Eles espernearam, falaram contra, mas votaram a favor. Daí Bolsonaro vai “diminuir” para R$ 4 bilhões. Ou seja, na prática, Bolsonaro aumentou o Fundão de R$ 2 bi para R$ 4 bi, com quase todo o Congresso junto.

    Sabemos que matemática não é o forte do capitão, que recentemente somou 4 negativos com 5 positivos e deu 9, mas quando se trata de dinheiro público e regalias ao Centrão corrupto e fisiológico, o presidente fala os números certinhos. Ele esbraveja contra os partidos tradicionais, mas ontem mesmo Ciro Nogueira, do PP, figurinha marcada do centrão e aliado de Lula até ontem, empossou a Casa Civil de Bolsonaro, ministério de importância fundamental. Quem paga a conta de tudo isso somos nós.

    Veja episódio de O Brasil não é para amadores, com Valéria Muller e Danilo Paris, sobre o tema de "Bolsonaro e centrão, longa história de amor"




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