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ATAQUE À EDUCAÇÃO | Bolsonaro lança MP da "Liberdade Estudantil" para atacar financiamento da UNE

Nessa terça-feira o presidente Jair Bolsonaro comentou sobre a medida provisória da “liberdade estudantil” que institui carteirinhas digitais para estudantes. O presidente afirmou que assim “vai faltar dinheiro para o PCdoB”, que dirige a UNE com sua juventude UJS.

terça-feira 3 de setembro de 2019 | Edição do dia

O tema das carteirinhas digitais já vem causando atritos dentro do governo, tendo sido um dos motivos que custou a demissão do presidente do Inep, Elmer Vicenzi, em maio. Bolsonaro ainda ironizou ao dizer que com a medida além da vida do estudante ficar “facilitada” de quebra ainda diminuirá a quantidade de dinheiro que irá ao PCdoB, que dirige a União Nacional dos Estudantes com sua juventude, UJS, desde o fim da década de 90.

Essa medida, longe de buscar facilitar a vida do estudante – Afinal a educação é um dos alvos mais importantes do atual governo que cortou verbas da educação, financiamento de bolsas de pesquisa e anunciou o projeto Future-se que abre a porteira da privatização nas universidades federais – Bolsonaro busca de fato enfraquecer não só o PCdoB, mas sim o financiamento das entidades estudantis para que promovam suas ações e organização a nível nacional, isso devido ao fato de que a juventude estudantil foi a primeira a se levantar contra o governo e tem sido linha de frente no combate as medidas de Bolsonaro, em especial nos ataques à educação.

Bolsonaro já declarou seu mais profundo ódio ao movimento estudantil e a organização e politização da juventude nas universidades, afirmando que as entidades estudantis são “ninhos de rato” e que a universidade hoje é um antro de “balburdia”, uso de drogas e da propagação do tal “marxismo cultural”. Portanto é fundamental que denunciemos os reais objetivos do governo por trás dessa medida provisória.

Mas por outro lado, se devemos defender a independência financeira de nossas entidades e seu autofinanciamento, devemos questionar esse método burocrático do qual se utiliza a UJS para sustentar sua política. O monopólio sob a emissão das carteirinhas universitárias foi uma lei sancionada durante os anos petistas, como contrapartida para o papel de freio das mobilizações que a entidade passou a cumprir. De maneira completamente institucionalizada é cobrada uma taxa pela emissão do documento para que vá ao caixa da UNE, mas isso passa por fora de convencer os estudantes da importância de financiar a entidade que os representa.

Justamente pelo fato de que a UNE está muito distante da vida real da maioria dos estudantes do país, servindo aos interesses de uma oposição que se pretende “dialogar” com as propostas da extrema direita, que apoiou Rodrigo Maia para a presidência da câmara dos deputadas e contou com o apoio de seus governadores do nordeste para a aprovação da reforma da previdência.

Esse ataque de Bolsonaro a UNE faz parte de sua guerra contra os estudantes, pois ele sabe do papel histórico que a entidade já cumpriu como ferramenta de mobilização dos estudantes. Mas essas práticas recentes, que mostram a burocratização e afastamento da entidade, demonstram a importância de batalhar para a conformação de um polo antiburocrático, que faça com que a entidade representante dos estudantes, no contexto contínuos ataques do governo Bolsonaro esteja a altura de impulsionar o movimento estudantil através de sua autoorganização, convocando assembleias de base em cada universidade, e buscando se unificar com a classe trabalhadora para derrotar a reforma da previdencia, os cortes na educação e o projeto autoritário de Bolsonaro.




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