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ATO REACIONÁRIO NO DIA 15 | Bolsonaro faz uso da SECOM para difundir convocatória ao ato reacionário no dia 15

Em seu perfil oficial no Twitter, a Secretaria de Comunicação do governo Bolsonaro destaca uma fala do presidente sobre os atos previstos para o dia 15 de março.

quarta-feira 11 de março de 2020 | Edição do dia

Imagem: José Cruz/Agência Brasil

Em seu perfil oficial no Twitter, a Secretaria de Comunicação do governo Bolsonaro destaca uma fala do presidente sobre os atos previstos para o dia 15 de março, próximo domingo, que devem atacar o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).

"A visita do presidente Jair Bolsonaro aos EUA incluiu um encontro com a comunidade brasileira que vive na Flórida. Em seu discurso, ele destacou a legitimidade das manifestações populares previstas para o dia 15 de março em todo o Brasil", diz a postagem da Secom, fixada no topo da página e acompanhada de uma imagem com a transcrição do discurso do presidente.”

"As manifestações do dia 15 de março não são contra o Congresso, nem contra o Judiciário. São a favor do Brasil" é a fala de Bolsonaro destacada pela Secom. A foto que ilustra a publicação é de uma manifestação pró-Bolsonaro em que pessoas vestem verde e amarelo e seguram cartazes contra o PT.

Apesar do discurso de Bolsonaro contestar a ideia de que os atos são contra o Congresso e o STF, nas redes de apoiadores do governo o clima é outro. "A verdadeira motivação são as inúmeras e constantes ameaças antidemocráticas do Congresso", escreveu Maurício Costa, coordenador nacional do movimento Brasil Conservador.

O deputado Marco Feliciano (SP), aliado político de Bolsonaro, divulgou um vídeo com críticas ao Congresso. Nas imagens, um empresário paranaense que diz que o Congresso é "muito tendencioso" e deixa de lado o Brasil. Nos comentários de publicações do grupo Nas Ruas, que organiza atos, aparecem comentários como "Não às chantagens do Congresso" e "O Congresso e o STF estão ferrados".

O próprio presidente já convocou a população para participar dos atos. Em vídeo publicado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no Twitter, o presidente já tinha dito que a manifestação é "espontânea" e "pró-Brasil", e não contra o Congresso ou o Judiciário.

"Participem e cobrem de todos nós o melhor para todo o Brasil", declarou em evento em Boa Vista, Roraima, antes de viajar para Miami, nos Estados Unidos. O presidente já havia chamado, por WhatsApp, aliados para participarem do ato, conforme revelado pela colunista do jornal O Estado de S. Paulo e editora do BR Político, Vera Magalhães, o que resultou em uma semana de crise entre Legislativo e Executivo.

O estopim que começou em torno do orçamento impositivo inaugurando uma nova crise entre Executivo e Legislativo, fez com que Bolsonaro, seguisse incitando a sua base reacionária para demonstrar sua força convocando o dia 15 de março.

Agora, Bolsonaro utiliza da própria Secretaria da Comunicação como ferramenta a serviço de seu projeto reacionário, atacando ainda mais as liberdades da democracia já degradada dos ricos, tendo sua maior expressão com o motim de policiais no Ceará, seguindo de forma autoritária o conjunto de ataques contra a classe trabalhadora.

Sendo esse também o consenso de Rodrigo Maia e do Congresso, que se apoiam nas instituições do próprio regime para dar aparência mais democrática as reformas, tendo o mesmo objetivo de Bolsonaro, descarregar a crise nas costas dos trabalhadores.

É necessários uma saída independente para responder de forma contundente aos avanços desse autoritarismo, que só pode ser através da auto-organização dos trabalhadores e da juventude contra todos os ataques, construindo assembleias de base, confiando em suas próprias forças, não em setores golpista que se fingem de democráticos, com isso, construindo um forte dia 18 de março.




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