quarta-feira 29 de agosto de 2018 | Edição do dia
No dia de ontem (28) foi a vez do reacionário candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) passar pela sabatina do Jornal Nacional. O candidato que chegou a hesitar e declarar que não participaria mais de debates, mais uma vez demonstrou que cada vez que abre a boca perde um voto das mulheres, dos negros, e de todos aqueles que não suportam ouvir seu odioso discurso reacionário.
TV Globo golpista continuará apoiando o golpe e não vai entrevistar Lula. Não defendo voto no PT, mas defendo o direito do povo decidir em quem votar #BolsonaroNoJornalNacional
— Diana Assunção (@DianaAssuncaoED) 28 de agosto de 2018
O fato que gerou mais repercussão da entrevista foi, mais uma vez, o embate entre Bolsonaro e uma mulher, como já havia acontecido com a candidata Marina Silva (Rede) no debate na Redetv. O deputado foi lembrado de uma de suas declarações em que afirmou que mulheres merecem ganhar menos que homens, Bolsonaro como é de seu praxe tentou desmentir suas próprias palavras, negando a afirmação, e procurou sustentar que não cabe ao Estado atuar para impedir essa diferença salarial, para isso tentou ilustrar com o exemplo dos âncoras do jornal.
Renata Vasconcellos respondeu Bolsonaro: "O meu salário não diz respeito a ninguém, e eu posso garantir ao senhor que, como mulher, jamais eu aceitaria um salário menor que o de um homem que exercesse as mesmas funções".
A resposta de Renata Vasconcellos a @jairbolsonaro chama atenção, mas não é a realidade pra todas as mulheres. Lembremos q as mulheres negras ganham 60% a menos q um homem branco. Além disso, lembremos q não passa d demagogia, já q a @RedeGlobo paga salários diferentes sim.
— Diana Assunção (@DianaAssuncaoED) 29 de agosto de 2018
A entrevista só mostrou mais uma vez que Bolsonaro representa o que há de mais reacionário na política. Mas também mostrou o imenso cinismo e hipocrisia da @RedeGlobo, que jamais esteve do lado das mulheres, LGBTs, trabalhadores, e apoiou a ditadura#BolsonaroNoJornalNacional
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) 29 de agosto de 2018
A resposta da apresentadora é expressão da indignação de todas as mulheres diante da tentativa de justificação de uma situação injustificável. Entretanto, é claramente contrastante o discurso da apresentadora com a prática da emissora, que como representante do patriarcado da indústria cultural sempre discriminou o salário de seus atores e atrizes.
Homem com homem e mulher com mulher não é normal segundo Bolsonaro, mas isso não é homofobia..... #BolsonaroNoJornalNacional
— Diana Assunção (@DianaAssuncaoED) 28 de agosto de 2018
Assim como o machismo, não fez falta a homofobia por parte do candidato, que mesmo tentando não consegue disfarça-la, como admitiu que para ele relações do tipo não são normais. O reacionarismo de Bolsonaro também se fez presente na sua costumeira defesa e reivindicação da ditadura militar, que como tentou esfregar na cara da Globo foi apoiada à época pela emissora, que se valeu da sua relação amistosa com os militares para desenvolver o império de hoje.
Bonner não discute o programa econômico de Bolsonaro mas sim sua "fidelidade" a Paulo Guedes. Isso é pra disfarçar que o programa dele é um "copia e cola" do programa dos liberais "tradicionais" como Alckmin. #BolsonaroNoJornalNacional
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) 28 de agosto de 2018
Emprego e menos direitos ou mais direitos sem empregos. É a política de Bolsonaro. Descarregar a crise sobre nossas costas #BolsonaroNoJornalNacional
— Diana Assunção (@DianaAssuncaoED) 28 de agosto de 2018
Nas questões propriamente economicamente, Bolsonaro apresenta como agenda as mesmas propostas de ataques sobre a classe trabalhadora que os demais candidatos. Tutelado pelo economista liberal Paulo Guedes, ele admite não entender de economia, e só sabe repetir as palavras chaves da cartilha neoliberal: "privatizações", "desregulamentação", "desburocratização", "isenções".
Em resumo, Bolsonaro conseguiu utilizar bem o palanque do JN para se apresentar ao eleitorado: mostrou aquilo que é, um reacionário que pregou contra as mulheres e a igualdade de salários, os LGBT’s, em defesa do legado da ditadura e por mais ataques a classe trabalhadora.
Bolsonaro é a voz da extrema-direita para oferecer racismo, machismo, repressão para aumentar os lucros dos patrões. A conciliação com os empresários, as alianças com reacionárias que o PT tanto praticou abriu caminho para Temer mas também para ele #BolsonaroNoJornalNacional pic.twitter.com/mpwQOaiCA0
— Val Müller (@valmullerr) 28 de agosto de 2018
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