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Bolsonaro defendeu alunos de colégio militar pela "liberdade" de exaltar Hitler

Douglas SilvaProfessor de Sociologia

quinta-feira 25 de outubro de 2018 | Edição do dia

Diferente do que o reacionário ex-capitão afirma sobre sua oposição, sobretudo os que ele chama de “vermelhos”, os comunistas, petistas e todos aqueles que se colocam contra o reacionarismo do candidato do PSL, Bolsonaro não trata da mesma forma aqueles que admiram torturadores e ditadores, como Ustra e Hitler.

Em 21 de janeiro de 1998, o deputado defendeu oito alunos do Colégio Militar de Porto Alegre que tinham Hitler como como personagem histórico de maior admiração. O nazista foi indicado por 84 estudantes dos 158 formandos da turma de 1995 que mencionaram Hitler, como umas das personalidades, para a revista Hyloea, publicação feita por alunos da instituição Militar dois anos depois.

Bolsonaro, em fala na Câmara dos Deputados, defendeu a “liberdade de escrita” daqueles estudantes que “realmente carentes de ordem e de disciplina neste país”. Para o atual candidato à presidência, faltava exemplos de ordem e disciplina por parte do então presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso (PSDB). “Eles (os estudantes) têm que eleger aqueles que souberam, de uma forma ou de outra, impor ordem e disciplina”, afirmou o reacionário ex-capitão.

Bolsonaro culpou a imprensa pela repercussão do caso: “Quero deixar patente minha revolta com a grande mídia, um tanto quanto servil, que criticou duramente o Colégio Militar de Porto Alegre apenas porque nove (foram oito) entre 84 alunos resolveram eleger, entre o Conde Drácula, Hércules, Nostradamus, Rainha Catarina, Ática - só faltou FHC -, Hitler como personalidade histórica mais admirada”.

O mais escandaloso da defesa de Bolsonaro a Hitler, como personagem histórico indigno de qualquer espécie de homenagem, é que, hoje, o candidato à presidência se tornou o expoente máximo da extrema direita brasileira que carrega entre seus apoiadores empresários e tudo o que existe de mais reacionário na política brasileira.

O candidato do PSL, que já falou em fuzilar os petistas e expulsar seus opositores “vermelhos”, reafirma seu reacionarismo presente em toda a trajetória do ex-capitão. Se, ontem, defendeu saudosistas do líder fascista alemão, hoje se junta aos mesmo saudosistas da ditadura militar e seus torturadores, como Brilhante Ustra, para implementar, se eleito, um regime mais reacionário, com o aval de um judiciário e Forças Armadas responsáveis pela manipulação dessas eleições e silêncio frente aos escândalos envolvendo toda família Bolsonaro e seu caixa 2.

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