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AUTORITARISMO | Bolsonaro defende frase autoritária de filho sobre ineficiência das "vias democráticas"

O presidente de extrema-direita Bolsonaro (PSL) defendeu seu filho e vereador do RJ Carlos Bolsonaro (PSC), que, na semana passada, publicou no Twitter que o Brasil não terá transformação rápida por "vias democráticas".

terça-feira 17 de setembro de 2019 | Edição do dia

Jair Bolsonaro disse: "É uma opinião dele, e ele tem razão. Se fosse em Cuba ou na Coreia do Norte, já não teriam aprovado tudo quanto é reforma sem Parlamento? Demora, porque tem a discussão. Isso é natural, porque tem muita gente que nos pressiona como se tivesse poder de influenciar o Parlamento".

Bolsonaro também disse sobre seu filho que "ele até falou o óbvio. Eu, se estivesse estudando português no meu tempo de garoto, ia falar que essa é uma figura de linguagem conhecida como pleonasmo abusivo, como o leite é branco, o café é preto, e o gelo é gelado. Não devia ter essa repercussão toda. Teve porque é meu filho. Se fosse qualquer outra pessoa, não teria problema nenhum", disse em entrevista à "Record".

Enquanto Bolsonaro relativizou a declaração do filho, foram várias as figuras políticas, inclusive outros reacionários mais envergonhados, que repudiaram o evidente autoritarismo. Como parte das disputas entre direita e extrema-direita, mesmo Doria, Witzel e Rodrigo Maia se prostraram ao lado do campo democrata em defesa das instituições, mera tentativa demagógica de se separar do mesmo Bolsonaro de que durante as eleições se serviram oportunamente.

Bolsonaro faz coro com seu filho, reafirmando o quanto fazem parte da herança golpista contra os trabalhadores, a juventude e o povo pobre, e acenam tanto para a base militante dura do bolsonarismo, quanto à base a favor da ditadura militar. Não fazem questão nenhuma de esconder sua veia autoritária.

Já a declaração de Carlos, mas também a defesa de Jair, querem manter sua base. Meses atrás Bolsonaro se enfrentava frontalmente com o Congresso e demais instituições convocando essa base a se mobilizar. Bolsonaro não existe sem essa base militante ativa, como vemos na queda contínua de sua popularidade.




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