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INTERNACIONAL | Bolsonaro convidou a golpista Jeanine Áñez para a cúpula do Mercosul

A Bolívia está em processo de adesão ao bloco regional, mas o ultra-direitista, com o aval de seus sócios argentinos, paraguaios e uruguaios, a quer presente para legitimar o golpe no país andino.

terça-feira 3 de dezembro de 2019 | Edição do dia

A cúpula do Mercosul começa hoje (03) em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, contará com a presença dos chefes de estado do Brasil, Argentina e Paraguay, considerando que o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, estará ausente por problemas de saúde e será representado pela vicepresidenta, Lucía Topolansky.

No primeiro dia serão feitos os “contatos técnicos”, eufemismo da casta política e das mídias hegemônicas para se referir às negociações, e seguirá na quarta-feira com uma reunião de chanceleres. A cúpula de presidente acontecerá na quinta-feira para o encerramento da cúpula e o ultradireitista Jair Bolsonaro, que estará de anfitrião tornou público que convidou formalmente a autoproclamada presidente da Bolívia Jeanine Áñez.

Brasil, que exerce a presidêcia temporária do Mercosur, reconheceu Áñez como presidenta legítica da Bolívia, a mesma postura assumina pela Paraguai. Mas a Argentina e o Uruguai ainda não o fizeram, ao menos formalmente. No caso do direitista Macri, não quer pagar o custo político de legitimar um governo surgido de um golpe de Estado, ainda que ao mesmo tempo, seu governo negou que existam “elementos suficientes” para chamá-lo como tal.

Por outro lado, a Bolívia ainda está em processo de adesão ao Mercosul, motivo pelo qual se faz evidente a intenção política de Bolsonaro ao convidar sua mandatária golpista. “Tirar a foto” com os presidentes do bloco em uma cúpula oficial seria um forte respaldo à presidência de fato de Áñez.

A jogada resultaria em maiores benefícios para o governo de Bolsonaro e para os grandes capitalistas brasileiros com interesses no país andino. O deposto Evo Morales sempre garantiu estes recheados negócios, assim como a relação subordinada ao seu vizinho maior, mas sua ligação política com Lula da Silva e sua imagem progressista são características intoleráveis para o líder da direita brasileira.

Desta maneira, o secretário de Negociações Bilaterais da chancelaria brasileira, Pedro Miguel Costa, anunciou que "foi enviado um convite à presidenta" e que a mesma tinha sido estendida à Bolívia logo após avisar os demais sócios do bloco: “Chegamos a um entendimento sobre a melhor forma”, declarou.

Em que pese tudo, talvez a foto tenha que esperar já que Costa adicionou que ainda não existe resposta sobre em qual nível estará representada a Bolívia e a chanceler interina do governo boliviano, Karen Longaric disse, por sua parte, que será sua responsabilidade representar seu país.




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