O candidato do PSL e sua coligação pediram para o TSE reconhecer a inelegibilidade de Lula e rejeitar o seu pedido de registro de candidatura.
sexta-feira 17 de agosto de 2018 | Edição do dia
Imagem: (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - Daniel Pinheiro/Agência Brasil) Reprodução Veja
Jair Bolsonaro, e sua coligação intitulada "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” contestaram ontem o pedido de registro de candidatura de Lula (PT), preso e condenado pela Lava Jato.
Bolsonaro e seus escudeiros são os primeiros a contestar a candidatura de Lula na Corte Eleitoral, e tem como base para tal solicitação a condenação de Lula, ocorrida em janeiro deste ano quando de forma arbitrária e demonstrando o alto grau de bonapartismo do judiciário, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) condenou Lula a 12 anos e um mês de prisão. Sendo assim, o petista está enquadrado na Lei da Ficha Limpa e pode ser considerado inelegível.
Para Bolsonaro e sua coligação, ficou comprovado que Lula "participou de um grande esquema de corrupção" . Além disso, destaca também, como não podia deixar de ser, que a "moralidade para o exercício do mandato" é postulado constitucional a ser observado.
"O resultado da ponderação dos princípios da presunção da inocência e da moralidade pública, indica, portanto, que deve ser prestigiado o interesse público em detrimento do interesse individual para que se considere legítima a referida restrição à garantia individual", alegam os advogados do candidato e da coligação encabeçada pelo PSL.
Outros partidos
O senador Romero Jucá (RR) e presidente nacional do MDB informou à imprensa que "por parte do MDB e da coordenação da campanha de Henrique Meirelles, não haverá pedido de impugnação ao registro da candidatura de Lula".
A campanha de Alvaro Dias (Podemos) à Presidência da República comunicou que o assunto ainda não foi discutido internamente.
O tesoureiro nacional do PSDB, Silvio Torres, afirmou que a inelegibilidade de Lula "tem sido amplamente debatida e que a atuação do Ministério Público tem sido permanente e atenta". "Neste cenário, o PSDB não vê necessidade de tomar qualquer iniciativa, mesmo porque a matéria pode ser decidida de ofício pela própria Justiça Eleitoral".
Nessas eleições está muito claro que tanto o judiciário quanto a Lava Jato quer escolher a dedo o próximo presidente, para assim, aprofundar ainda mais os ataques do golpe institucional.
Precisa estar claro que esse judiciário é composto por juízes que o povo não escolheu, que tem ligação direta com o imperialismo. Além disso, estão aí para que os capitalistas descarreguem ainda mais nas costas da população a crise econômica, através de seus políticos, ligados à direita e ao agronegócio, às Forças Armadas e à Igreja que fazem prevalecer os interesses estrangeiros.
É fato que o PT abriu caminho ao golpe institucional ao governar com a direita, em nada apontando para a independência de classe e ao invés disso, levando adiante e aprofundando o reformismo e não lutando de fato ao lado dos trabalhadores. No entanto,a prisão arbitrária de Lula e agora a impugnação de sua candidatura, é a expressão incansável de toda a direita de arrancar o direito do povo decidir em quem votar.