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SEPARAÇÃO DA IGREJA E DO ESTADO | Bolsonaro avança com conservadorismo e quer ministro evangélico no STF

Em Goiânia, na manhã dessa sexta feira (31), Bolsonaro participou de evento no templo da Assembléia de Deus. Ao plenário do evento, o presidente discursou sobre um tema que está sendo julgado pelo STF, que trata do enquadramento da homofobia com as mesmas penalidades que tem o crime de racismo.

sexta-feira 31 de maio de 2019 | Edição do dia

Bolsonaro não perdeu a oportunidade de fazer todo seu discurso reacionário, atacando o Estado laico e defendendo que os dogmas religiosos estejam a cima das liberdades democráticas que os trabalhadores e trabalhadoras têm direito. O presidente faz propositalmente uma confusão entre igreja e Estado, dando a entender ao público que o Estado laico serve aos ateus, a perversão, não como uma maneira de abrigar todas as formas de pensamento e crença existentes em uma sociedade, garantindo a convivência entre diferentes formas de ver o mundo, sem permitir que um só pensamento religioso vire lei, que todos seriam obrigados a obedecer.

É exatamente sobre isso que se trata o tema da homofobia no STF. Bolsonaro não quer que vire crime, pois ele e muitos de seus seguidores seriam enquadrados nessa lei. O presidente quer a garantia de impunidade para sua turma continuar a ofender e discriminar pessoas, pela sua opção sexual ou de gênero. Quer impor seu dogma religioso acima do bom convívio em sociedade, garantindo o "direito" de ofender pessoas com uma orientação sexual ou de gênero diferentes da sua.

No discurso, frente ao resultado já com maioria no STF pelo enquadramento da homofobia como o crime de racismo, Bolsonaro pergunta ao plenário do evento se "não era hora te termos um ministro do STF evangélico", demonstrando sua vontade de transformar o Estado "laico" em um Estado diretamente influenciado por um pensamento religioso que não representa toda a população.

Além de todos os ataques aos trabalhadores e à juventude, com a reforma da previdência e os cortes na educação, Bolsonaro ainda insiste avançar com a ligação entre política e religião, como de costume. O presidente reacionário sempre fez acenos à bancada da bíblia, aos pastores e às grandes igrejas. Já compartilhou um vídeo em sua rede social de um pastor que defende o presidente como um político “estabelecido por Deus” para guiar o país.

Para a vitória do ultradireitista, o eleitorado evangélico, orientado por uma cúpula de pastores capitalistas, teve papel destacado. Em seu palanque contou com o apoio de todas as figurinhas carimbadas da bancada da bíblia – Silas Malafaia, Marcos Feliciano, Magno Malta...-, além do providencial apoio de Edir Macedo, magnata que colocou à disposição sua Igreja e sua emissora a serviço da campanha, aliança que segue vigente tendo a Record recebido a maior fatia da verba publicitária por parte do governo.

Resta aos trabalhadores derrotar cada projeto desse governo, para impedir o seu avanço sobre nossas liberdades democráticas, pela separação imediata da Igreja e do Estado. Derrotar a reforma da previdência é a prioridade desde já. Tomar a greve geral de 14/06 em nossas mãos, organizando assembleias de base em cada local de trabalho e estudo, é nossa tarefa nas próximas semanas, para derrotar os planos econômicos do governo e as intenções reacionárias e conservadoras do presidente.




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