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BOLSONARO | Bolsonaro ameaça Lula com lei da ditadura, seu alvo são os trabalhadores e a juventude

segunda-feira 11 de novembro de 2019 | Edição do dia

Depois de ganhar as eleições porque seu atual ministro, Sérgio Moro, prendeu Lula, agora Bolsonaro ameaça ele mesmo de prender Lula, baseando-se na Lei de Segurança Nacional.

Em entrevista ao portal ultra-direitista, Lava-jatista e antipopular "O Antagonista", Bolsonaro disse:

"Temos uma Lei de Segurança Nacional que está aí para ser usada. Alguns acham que os pronunciamentos, as falas desse elemento, que por ora está solto, infringem a lei. Agora, nós acionaremos a Justiça quando tivermos mais do que certeza de que ele está nesse discurso para atingir os seus objetivos"

Bolsonaro ameaça endurecer contra Lula, mas seu verdadeiro alvo é o movimento de massas, atua para aterrorizar os trabalhadores e o povo pobre para que aceitem quietos suas reformas. Ele e seu filho, Eduardo Bolsonaro, vão dormir todas as noites tendo pesadelos com a possibilidade de que uma fagulha da luta de classes que ocorre no nosso vizinho, o Chile, venha vir para o Brasil. Por causa deste medo que Eduardo Bolsonaro ameaçou com AI-5 - e depois foi repudiado por todos os lados, inclusive por seu país, e teve que pedir desculpas por sua declaração.

Jair Bolsonaro, por sua vez, faz alusão à esta tese na entrevista:

"Se nós aqui entrarmos em convulsão, complica a situação. Você pode ver no dia de ontem, agora você tem o Foro de Puebla, mudou de nome o Foro São Paulo, esteve reunido na Argentina. Estava lá o Mercadante, Dilma Rousseff, e gente da América do Sul toda, por meio da Argentina, continuar com essa política de grande pátria bolivariana, ou uma só a América do Sul."

Apesar de não citar diretamente, o fantasma da luta de classes, a "convulsão" - um grande problema para os capitalistas - é utilizado no discurso por Bolsonaro para defender o endurecimento o regime. Desta forma, tenta ganhar de volta o prestígio e o apoio para seu projeto de bonapartista (defendendo um regime autoritário protagonizado pelo Executivo).

O que é flagrante é que a mesma lei referia por Bolsonaro, a Lei de Segurança Nacional é uma lei datada de 1983 - época em que ainda vigorava a ditadura no Brasil. Bolsonaro apela não para o AI-5 de seu filho, mas para mecanismos repressivos que foram mantidos na própria Constituição de 88.

Estes mecanismos são uma herança da transição "gradual e pacífica" - apelido para transição tutelada (controlada) pelos militares.

Mecanismos que, aliás, durante os três mandatos petistas de Lula e Dilma, e mesmo no quarto mandato quando Dilma sofreu um golpe institucional, nunca o PT pensou em questionar, revogar, acabar com estas ferramentas de repressão aos direitos democráticos, perseguição dos direitos políticos e ataque à organização da classe trabalhadora, da juventude, das mulheres, nos negros e dos LGBT.

Isto é porque o gradualismo petista não só manteve todo o estado capitalista intacto, apesar de conseguir garantir algumas concessões para a classe trabalhadora, mas manteve ainda os mecanismos de repressão da classe capitalista que se voltariam contra a classe trabalhadora e inclusive se voltam contra o próprio PT, suas lideranças e seus sindicatos. Esta "herança" mostra bem profundamente as contradições da estratégia "Lula paz e amor".

Frente à estas ameaças de Bolsonaro, as centrais sindicais dirigidas pelo PT e pelo PCdoB e demais entidades nacionais, inclusive as organizações que dirigem os movimentos de jovens e de estudantes, como UNE e UBES, também dirigidas pelo PT e PCdoB devem erguer imediatamente um verdadeiro plano de luta, organizado desde as bases em todos os locais de trabalho e todos os locais de estudo enormes assembleias e debates para erguer um massivo movimento que seja capaz de derrotar de fato Bolsonaro e os golpistas. Os chilenos mostram o caminho.

Leia mais: Debate a partir do discurso de Lula




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