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CORONAVÍRUS | Bolsonaristas agridem pesquisadores da UFPel que estudam avanço da COVID-19 pelo o país

Como se não bastassem todos os cortes do governo Bolsonaro em universidades e bolsas de pesquisa, apoiadores do governo agridem pesquisadores da UFPEL e prefeituras proíbem o avanço da pesquisa em suas cidades para ver o real avanço da COVID-19.

domingo 17 de maio de 2020 | Edição do dia

A realização do estudo de campo, liderado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), sofreu ataques brutais pelo país neste final de semana. A pesquisa percorre 133 cidades do país para estimar o avanço do novo coronavírus no país com a autorização do Ministério da Saúde. Em 42 dessas 133 cidades o trabalho sofreu algum tipo de impedimento ou interrupção, seja pelas secretarias de saúde dos municípios, pelos próprios prefeitos ou por agressões nas ruas como em caso relatado no RN.

Segundo a Folha de São Paulo houve prisões em cidades do Pará, Espírito Santo, Maranhão, Piauí, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Goiás, Santa Catarina e Mato Grosso. O que mostra que Bolsonaro não está sozinho na sua política de negar absurdamente uma pandemia de dimensões globais para salvar a economia. Mentir, esconder os números, subnotificar e abrir totalmente a economia e a circulação de pessoas espalhando ainda mais o vírus tão pouco pode “salvar a economia”. O novo coronavírus só acelerou um processo de crise capitalista que já vinha em curso e que não tem saída fácil para os trabalhadores. Ademais escancarou as desigualdades e as prioridades dos chefes de estado, que em nome dos empresários e banqueiros, coloca os lucros destes com um grau de importância infinitamente maior do que as vidas dos trabalhadores.

Parece uma insanidade o que assistimos nos tempos atuais, profissionais da saúde sendo agredidos em Brasília durante protesto pelas mortes de seus colegas durante o 1° de maio; a falta de condições mínimas de proteção nas funções dessas trabalhadoras e trabalhadores, com a falta de EPIs; os profissionais dos hospitais que são grupo de risco não são liberados, adoecem e morrem pelo país. E agora pesquisadores são barrados, agredidos por bolsonaristas e presos pelos prefeitos para serem impedidos de testarem as pessoas. Porém, não é insanidade, é política de estado, política consciente para esconder o real número de infectados em vários locais do país e mostra a real catástrofe que está ocorrendo.

Em tentativa de parecer oposição ao governo Bolsonaro, no entanto, alguns governadores, o STF, alas do Congresso Nacional discursam em favor da vida, em favor do isolamento social ao lado da Rede Globo. Mas não passam de discursos vazios, sem qualquer preenchimento concreto de ações contundentes para combater a pandemia por um lado, e lockdown puramente repressivo por outro. Não à toa foram em estados de lockdown a maior incidência de prisões dos entrevistadores da UFPel.

Os grandes partidos de esquerda como PT e PcdoB não fogem dessa lógica, fazendo a mesma oposição que João Dória, Wilson Witzel, Eduardo Leite e muitos outros inimigos declarados da classe trabalhadora que foram convidados para o ato virtual do 1º de Maio das maiores centrais do país, entre elas CUT e CTB, respectivamente dirigidas pelo PT e PCdoB. Os trabalhadores precisam retomar os sindicatos para suas próprias mãos e fazê-los funcionar como organizadores de seus locais de trabalho para que a produção seja girada para o combate da pandemia, para que os trabalhadores da saúde disponham de todo o material necessário para trabalharem, inclusive colocando todo o sistema de saúde público e estatizando as privadas. Centralizado sob controle dos trabalhadores organizados.

Procure os comitês do Esquerda Diário e faça parte de uma corrente independente e dos trabalhadores para fortalecer a luta contra Bolsonaro, Mourão e os militares, sem nenhuma confiança nos governadores, no STF ou no Congresso e por uma Constituinte Livre e Soberana capaz de fazer o povo decidir os rumos do país.




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