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terça-feira 8 de março de 2016 | 00:00

Ao assistir o BBB, percebo quanto o programa tem grande representatividade social. Precisamos falar especialmente da participante Ana Paula, de 34 anos, que não trabalha e desde o começo do programa foi alvo de críticas e banalizada em redes sócias, principalmente pelo seu estilo de vida.

Tudo começou em uma festa, quando o participante Laércio de 53 anos estava olhando para algumas meninas do programa e fez o gesto que significa sexo oral em mulheres (cena que não passou na globo), Ana Paula foi a única a ficar revoltada com essa situação e entrou em discussão com o participante. Ana Paula disse que não se sentia confortável de dormir no mesmo quarto que ele e se sente mal por ele sempre estar só de cueca, obrigou Laércio a pôr uma roupa e fez uma colocação infeliz ao chamar o participante de pedófilo.

Laércio, antes mesmo de o programa começar foi acusado em redes sociais por algumas meninas que afirmam que ele as embebedou para depois “pegá-las”. No programa Laércio disse gostar de meninas mais jovens e manter relacionamento com uma mulher de 19 anos e outra de 17. Quase nenhuma crítica foi feita a Laércio em relação a festa e suas atitudes e não se fala mais nele em redes sociais

Com Ana Paula aconteceu diferente, ela foi crucificada na internet, acusada por ser estúpida e grossa com o participante Laércio, falam também de como ela é surtada e se sente dona da casa, sendo que a participante estava no seu total direito de se defender de um ato machista e inaceitável de Laércio. Mesmo Ana Paula afirmando que o mundo deveria ser machista, foi a única a ter um ato feminista dentro do programa, mesmo que não tenha plena consciência disso.

Não se trata só de Ana Paula, mas também de nós, mulheres, que estamos sempre condicionadas a aceitar atos machistas como algo normal. Quando nos manifestamos, alguns homens e os meios de comunicação arrumam um jeito de reverter os fatos, faz parecer que ir contra o machismo é um ato de extremismo.

Acontecimentos como esse do BBB acontecem todos os dias e também acabam sendo esquecidos, de alguma forma acaba sendo muito mais fácil apontar falhas em uma mulher com razão, do que culpar um homem por agir de forma machista e por se aproveitar de meninas menores de idade. Até quando será mais interessante julgar Ana Paula pelo seu estilo de vida, do que falar de como Ana Paula e nós mulheres precisamos nos unir contra o machismo e o capitalismo que utiliza as opressões contra nós, precisamos ser respeitadas e não vistas como objeto sexual, nenhuma situação que deixe uma mulher se sentir receosa a respeito de outro homem deve ser diminuída, precisamos mesmo falar de Ana Paula e da situação das mulheres todos os dias.




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